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Assalto e terror em Cricúma
| Foto: Reprodução/Facebook

“Quadrilha usa carros de luxo em mega-assalto em Criciúma. (Gazeta do Povo – 01/12/20 10h04). “Criminosos fecham saídas de cidade no interior de SP e enfrentam PM por horas” (Folha de S. Paulo – 30/07/2020). “Bandidos roubam agência bancária e destroem base da PM em Ourinhos” (G1 – 02/05/2020). “Ação de bandidos leva pânico às ruas de Vitória” (O Globo –14/02/2020).

Essas são algumas das notícias publicadas diariamente em sites e jornais de todo o país. As manchetes retratam o fracasso do Estado no combate à criminalidade. Em algumas regiões de grandes e médias cidades brasileiras, o crime mantém o controle de grandes espaços territoriais, enfrentando com superioridade a polícia e submetendo a população aos seus ditames.

Muitas quadrilhas possuem armamentos de guerra, seus integrantes são treinados para ações violentas e crescem numericamente a cada dia. No assalto da madrugada desta terça-feira (01), por exemplo, em Criciúma, os bandidos estavam armados de explosivos, pistolas, fuzis e outras armas de uso restrito. Uma delas, segundo as investigações da Polícia Civil de Santa Catarina, seria capaz de perfurar superfícies blindadas.

O grupo com mais de 30 integrantes provocou incêndios, bloqueou ruas e acessos à cidade e ainda usou reféns como escudo. O centro de Criciúma ficou sitiado. E os assaltantes levaram a melhor. O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), admitiu que a “ação foi bem-sucedida para os marginais, essa é a verdade”.

Assalto e terror em Criciúma
Moradores de Criciúma usados como reféns durante ação de assaltantes.| Reprodução/Youtube

Em maio deste ano, Ourinhos, no interior de São Paulo, viveu cenas semelhantes. Os assaltantes entraram na cidade divididos em dez carros, cercaram a delegacia e roubaram um banco. Rajadas de tiros cortaram o centro da cidade e vários estabelecimentos amanheceram cravados com buracos de bala.

Em Botucatu, também no interior de São Paulo, em julho deste ano, os criminosos invadiram a cidade armados com fuzis e metralhadoras, enfrentaram por mais de duas horas as forças de segurança, entre elas unidades de elite da Polícia Militar como Rota, Gate, COE e Baeps. Os bandidos conseguiram escapar e levaram o dinheiro do roubo, cerca de R$ 2 milhões.

O assalto em Criciúma desta terça-feira (01) repete a onda de grandes roubos que aconteceram em Santa Catarina no ano passado, como a do aeroporto de Blumenau. Na episódio, criminosos – armados com AK-47 (fuzil de assalto russo que não é utilizado por nenhuma instituição brasileira) e metralhadoras acopladas nos veículos capazes de derrubar helicópteros – usaram carros de luxo para entrar no aeródromo. Cerca de R$ 10 milhões foram levados.

Em fevereiro último, a cidade de Vitória também passou por momentos de pânico e terror. Criminosos depredaram carros, soltaram fogos de artifício a esmo e atiraram para o alto em avenidas da zona sul da capital do Espírito Santo. A ação dos bandidos fez com que os comerciantes e lojistas fossem obrigados a fechar as portas. Automóveis foram danificados e um ônibus foi incendiado.

O direito a segurança pública é uma das bases de sustentação do Estado Democrático de Direito. O aumento da criminalidade demonstra o fracasso das instituições não só no enfrentamento à criminalidade já estabelecida, mas na formação de um povo capaz de exercer a cidadania, criando efetivas políticas públicas para garantia da paz social.

A onda de terror que assusta as populações de cidades do país diariamente é resultado das falhas do Estado brasileiro no ataque às causas profundas geradoras do crime.

*Recebe notificações das reportagens e artigos do jornalista Célio Martins

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