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Equador - eleições 2021
O correista Andrés Arauz, o liberal Guilhermo Lasso e o indígena Yaku Pérez disputam vaga no segundo turno no Equador.| Foto: Divulgação das campanhas dos candidatos

Como em muitos países, as pesquisas eleitorais no Equador erram muito. Há dificuldades para acessar eleitores que moram em determinadas regiões dos Andes e da Amazônia. Mas se a média das diversas sondagens estiver certa, três candidatos têm chances de conquistar neste domingo (7) uma das duas vagas para o segundo turno nas eleições presidenciais equatorianas: o representante do correismo Andrés Arauz; o banqueiro Guillermo Lasso; e o indígena Yaku Pérez. O Equador é o primeiro país latino-americano a realizar eleições em 2021.

Das 11 pesquisas realizadas durante o mês de janeiro, 10 colocam Arauz na liderança, com média acima de 30% das intenções de voto. O único levantamento que dá a dianteira a Lasso é do instituto Cedatos. Yaku Pérez vem em terceiro na unanimidade das sondagens, mas analistas veem possibilidade de surpresa pelo fato de seus eleitores, em grande parte, serem de regiões dos Andes.

Em nenhum dos levantamentos divulgados há candidato acima dos 50% de votos necessários para vencer no primeiro turno. Também não há concorrente com 40% de intenção e vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado, outra das condições necessárias para evitar o segundo turno.

Equador - eleições 2021
O correista Andrés Arauz tem chance de ser o presidente mais jovem da história do Equador.| Divulgação/Facebook

O líder das pesquisas Andrés Arauz pode se tornar o presidente mais jovem da história do Equador. Com apenas 35 anos de idade, ele é aliado do ex-presidente de esquerda Rafael Correa, que governou o país por uma década e hoje – condenado a oito de prisão por corrupção (condenação que ele contesta nos tribunais) – vive na Bélgica. Arauz foi ministro do Planejamento de Correa.

Doutorando em Economia Financeira pela Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), Arauz é candidato pela coligação União Pela Esperança. Sua plataforma política segue o projeto político de Correa, com foco em desfazer as medidas neoliberais do atual presidente Lenín Moreno – que era vice de Correa e em 2017 foi eleito com o apoio do correísmo, mas rompeu com o padrinho político e tentou independência migrando para a centro-direita.

Hoje, Moreno é o presidente com menor índice de popularidade na América Latina, com apenas 7%, perdendo para Sebastián Piñera (10%), do Chile, e Nicolás Maduro (12%), da Venezuela, segundo o instituto de pesquisa Click Report.

Progressista, Arauz propõe, entre outras medidas, a reconstrução do mercado interno para gerar empregos, mudanças na legislação trabalhista, investimento na produção petroleira, incentivo às micro e pequenas empresas, convocação de uma assembleia nacional constituinte, fortalecimento dos direitos dos consumidores, reforma tributária com maior taxação aos ricos e profunda mudança no sistema de justiça do país.

Equador - Eleições
O liberal Guilhermo Lasso tenta chegar à Presidência do Equador pela terceira vez.| Divulgação/Facebook

O candidato de centro-direita Guillermo Lasso é um grande empresário, dono de diversas empresas do setor financeiro, entre elas o Banco Guayaquil. É um velho conhecido da política equatoriana e busca a presidência pela terceira vez. Foi candidato em 2013 e 2017, mas acabou derrotado por Correa e Moreno, respectivamente.

Lasso atuou como superministro da Economia em 1999 e foi governador de Guayas, em 1998. Em 2010 fundou seu próprio movimento político, o Creando Oportunidades (CREO), pelo qual concorre à presidência.

Em seu programa de governo, de 81 páginas, Lasso propõe criar um milhão de empregos, implementação de telemedicina no sistema público de saúde, eliminação progressiva de impostos, reforma do sistema de seguridade social, modernização do sistema financeiro, com maior integração internacional, renegociação dos contratos com empresas do setor petroleiro e redução do gasto público, entre outras medidas.

Defensor do liberalismo econômico, Lasso recebeu apoio de 43 organizações políticas, sendo a principal delas o Partido Social Cristão.

Equador - eleições 2021
História política do indígena Yaku Pérez tem semelhança com a do ex-presidente boliviano Evo Morales.| Divulgação/Facebook

O terceiro candidato com chances de passar para o segundo turno, Yaku Pérez, da etnia indígena Kichwa-Kañari, compartilha com o ex-presidente boliviano Evo Morales a militância em sindicatos indígenas e a defesa de um estado equatoriano plurinacional, que reconheça as distintas etnias que compõem a população do Equador.

Duro opositor do governo de Moreno, Pérez ganhou projeção nacional nos protestos indígenas em 2019, os quais paralisaram o país. Ele se consolidou na política ao ser eleito governador de Azuay, cuja capital é a cidade histórica de Cuenca.

Pérez tem o programa de governo considerado mais radical entre os três favoritos. Propõe uma reforma curricular nos três níveis do sistema de educação, reversão ao Estado de todas as concessões no setor mineral, realização de auditoria sobre a dívida externa (com o não pagamento de dívidas consideradas ilegítimas) e realização de consulta popular para mudar a Constituição.

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