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Antiglobalismo contra George Soros
George Soros é alvo de campanha internacional contra o globalismo.| Foto: Mario Tama/AFP

“O maior financiador da esquerda no mundo, responsável por derrubar governos e desestabilizar nações. Com uma agenda que vai desde a destruição da cultura judaico-cristã, legalização do aborto, ideologia de gênero, até a censura da internet. Chegou a hora de lutarmos unidos contra a personificação do globalismo.”

É assim que o Movimento Brasil Conservador (MBC) define o bilionário George Soros na campanha lançada com o objetivo de combater as ideias do criador da Open Society Foundation, uma rede internacional de filantropia defensora de valores liberais que vem provocando a fúria de movimentos da direita conservadora em várias partes do mundo. O MBC propõe transformar o dia 12 de agosto – data em que Soros completará 90 anos – como o Dia Internacional de Combate a George Soros.

A campanha, lançada em cinco idiomas – além do português há versões em inglês, espanhol, francês e italiano – usa como mote principal a frase “Não deixe George Soros pensar por você”. Até esta terça-feira (28) a petição em repúdio ao bilionário e ao globalismo havia conseguido pouco mais de 16 mil assinaturas.

A campanha liderada pelo MBC acusa Soros de usar, nos últimos 40 anos, “sua imensa influência para ajudar a reconfigurar as paisagens políticas de vários países ao redor do mundo – em alguns casos desempenhando um papel fundamental na queda de regimes que mantinham as rédeas do governo por anos, até décadas”.

Campanha contra George Soros
Divulgação da campanha contra George Soros, em Brasília.| Divulgação/Antiglobalismo.com

A ira de nacionalistas mundo afora cresceu após declarações de Soros de que os populistas nacionalistas vão ser derrotados pelos progressistas. “(Donald Trump) é uma aberração e está claramente colocando seus interesses pessoais à frente dos interesses nacionais. Isso é um fato. Eu acho que isso contribuirá para sua morte no próximo ano. Então, estou prevendo que as coisas vão mudar”, disse o bilionário ao jornal The New York Times no final do ano passado, se referindo às eleições presidenciais deste ano nos EUA.

A campanha do Dia Internacional de Combate a George Soros acusa ainda o megainvestidor húngaro de uma série de intervenções no mundo favoráveis à esquerda e em detrimento dos conservadores. O MBC cita divulgações do WikiLeaks – organização fundada pelo australiano Julian Assange voltada ao vazamento de documentos confidenciais envolvendo governos e empresas – para acusar Soros de ter sido o responsável por derrubar o papa conservador Bento 16.  O pontífice não teria renunciado. O golpe teria tido o apoio, segundo a tese defendida pelo MDC, do então presidente dos EUA, Barack Obama, e da então futura candidata presidencial democrata Hillary Clinton.

Das organizações de George Soros, o maior alvo dos antiglobalistas brasileiros é a Open Society Foundations, instituição que se define como uma rede mundial destinada à defesa da liberdade de expressão, governança democrática e de sociedades que promovam justiça e igualdade.

De 1984 até 2017, Soros transferiu para a organização filantrópica US$ 32 bilhões de sua fortuna para financiar programas temáticos que envolvem questões globais, como acesso a cuidados de saúde, educação e direitos humanos.

Para o MBC, não é essa a finalidade principal da rede filantrópica de Soros. Em vídeos veiculados pela campanha do movimento, antiglobalistas dizem que a organização do bilionário tem como propósito lutar pelo feminismo e o ambientalismo, contra a família tradicional, em favor de minorias – como homossexuais –, descriminalização de drogas, e principalmente, o financiamento de políticas globalistas (antinacionalistas).

Soros vem reagindo aos movimentos que surgem no mundo contra sua atuação. Em janeiro, o empresário anunciou a criação de uma rede universitária para promover o conhecimento através das fronteiras geográficas e demográficas, propiciar o envolvimento cívico em nome de sociedades abertas e possibilitar a expansão do acesso de comunidades carentes ao ensino superior.

Um dos objetivos da Open Society University Network (OSUN) é o combate “aos ditadores atuais e em gestação", assim como contra a mudança climática. Soros prometeu repassar US$ 1 bilhão à instituição.

O Movimento Brasil Conservador (MBC), que organiza a campanha contra Soros, coloca entre seus integrantes nomes como do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o presidente Jair Bolsonaro, o blogueiro Allan Santos e a ativista Sara Winter, estes dois últimos investigados no inquérito das fake news, no Supremo Tribunal Federal (STF).

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