As populações dos Estados Unidos e do Brasil representam apenas 7% da população mundial. Mas os dois países respondem por mais de 30% das mortes por Covid-19 registradas em todo o mundo no mês de fevereiro, segundo comparativo de dados compilados por diversas instituições, como a plataforma Our World in Data – mantida pela Universidade de Oxford –, a Universidade Johns Hopkins, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o site Statista.
De acordo com os dados registrados pela Johns Hopkins, entre os dias 1º e 27 de fevereiro 271,6 mil pessoas morreram por Covid-19 no mundo. Destas, 62 mil foram nos Estados Unidos e 29 mil no Brasil, totalizando cerca de 91 mil mortes. Os números mostram que os dois países americanos respondem por uma em cada três mortes por Covid-19 registradas no período. A OMS registra 262,3 mil mortes em fevereiro, o que altera pouco a comparação.
O aumento de óbitos no Brasil vai na contramão dos números mundiais. Em 20 de janeiro, por exemplo, foram registradas mais de 17 mil mortes no mundo. Na sexta-feira (26) caiu para 9,8 mil e, neste sábado (27), chegou a 7,9 mil. A média mundial de mortes em sete dias caiu de 14.145 em 3 de fevereiro para 11.878 no último dia 16.
A situação para o Brasil tornou-se mais preocupante nas últimas semanas. Enquanto o número de mortes por coronavírus vem registrando queda em grande parte dos países, em território brasileiro há crescimento. Despois de ter conseguido baixar para menos de 200 mortes diárias no início de novembro do ano passado, a taxa voltou a crescer e atingiu a marca de 1.582 mortes em apenas 24 horas no último dia 25 de fevereiro.
No acumulado desde o início da pandemia, em fevereiro do ano passado, o mundo registra mais de 2,5 milhões de mortos por Covid-19. A OMS registrou 2.517.964 mortos até este sábado (27), enquanto que a Johns Hopkins contabilizava a triste cifra de 2.527.344 até este domingo (28) pela manhã. Desse total, mais de meio milhão (512.181) de mortos foram nos EUA e outros 254.221, no Brasil.
Apesar de figurarem na liderança do horrível ranking do total de mortes – EUA e Brasil têm o maior número de óbitos por Covid-19 em números absolutos –, os dois países não são os que registraram até agora mais mortes por habitante.
Quando a comparação é feita pelo número de pessoas que morreram para cada milhão de habitantes, as instituições de pesquisa mostram que o Brasil está atrás de vários países desenvolvidos, como Bélgica, Itália, Reino Unido, Espanha, França e Portugal.
Mas não são apenas notícias ruins. Com uma combinação de vacinação em massa e medidas de prevenção impostas à população, Israel e Reino Unido, por exemplo, estão conseguindo reduzir consideravelmente as mortes por Covid-19.
Israel chegou a registrar um pico de 101 mortes num único dia em 20 de janeiro, quando a vacinação ainda estava começando. Pouco mais de um mês depois, em 26 de fevereiro, foram registradas 10 mortes no dia.
O Reino Unido amargou num único dia, em 20 de janeiro, 1.826 mortes. Em 22 de fevereiro consegui abaixar para menos de 200 mortes (178) e neste sábado (27) registrou 291 óbitos pela doença.
Os EUA, que já perderam mais de meio milhão de vidas para a Covid-19, também começaram a barrar o vírus após o aumento da vacinação. Após ter registrado o absurdo de 4.407 mortes em único dia (12 de janeiro), no último dia 15 de fevereiro baixou para menos de mil (954) e neste sábado (27) ficou em 1.536 óbitos, número próximo aos registrados pelo Brasil nos últimos dias.
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