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Cuba é único país latino-americano com registro na OMS de vacina em fase clínica
| Foto: Reprodução/Prensa Latina

A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou, até esta quinta-feira (14), 63 candidatas a vacina contra Covid-19 que estão na fase de estudos clínicos. Destas, apenas 21 chegaram à fase 3 e, teoricamente, podem ficar prontas em pouco tempo. A maioria está sendo desenvolvida em países ricos, com raras exceções, como a China e a Índia. Entre os latino-americanos, o único país com estudo de imunizante em fase clínica (fase 2) registrado pela organização é Cuba.

Várias instituições de pesquisa cubanas trabalham no desenvolvimento de quatro vacinas contra Covid-19. As duas em estado mais adiantado estão sendo criadas pelo Instituto Finlay de Vacinas (IFV) e foram batizadas como Soberana 01 e Soberana 02. Os nomes partem da política do regime cubano de busca da soberania na área de saúde. As outras duas, com os nomes Mambisa e Abdala, são iniciativas do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB).

vacina - cuba
Duas candidatas cubanas a vacina contra Covid-19, Abdala e Mambisa, uma intramuscular e a outra, intranasal.| Divulgação/Biofarmacuba

A mais adiantada de todas é a Soberana 02, que deverá entrar na fase 3 de testes clínicos nos próximos dias, segundo o IFV. Essa candidata passou a Soberana 01 (que começou primeiro) por ser a única “vacina conjugada” do mundo contra Covid-19 e por apresentar resultados mais rápidos. Segundo relatório do IFV, a Soberana 02 tem apresentado uma resposta imunitária precoce (aos 14 dias) e alta segurança. O imunizante combina RDB (domínio receptor-obrigatório, que é uma parte fundamental de um vírus) com toxoide tetânico.

Os testes da fase 3 das Soberanas 01 e 02 serão feitos em Cuba e em outros países, dado o baixo índice de contaminados, de internamentos e de mortes por Covid-19 na ilha caribenha. Com 11 milhões de habitantes, o país registrou até quarta-feira (13) um total de 16.044 infectados e 158 mortes.

No último dia 09, o estatal Instituto Finlay e o Instituto Pasteur do Irã anunciaram um acordo em Havana que permitirá "completar as evidências clínicas da vacina candidata Soberana 02". Na mesma data, o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, postou na internet que considerava impossível confiar nas vacinas americanas e britânicas. A mensagem foi deletada em seguida pelo Twitter por considerar que houve violação de regras da rede social.

As outras duas candidatas a vacina estão concluindo a fase 1 dos testes clínicos. Uma delas, a Mambisa, segundo o CIGB – que integra o grupo empresarial BioCubaFarma –, promete ser inovadora na forma de aplicação. A vacina é a única no mundo contra Covid-19 que está sendo administrada via intranasal nos voluntários. A outra candidata, a Abdala, é aplicada via intramuscular, como a maioria dos imunizantes.

Em 29 de dezembro, o jornal oficial Granma publicou que toda a população do país será vacinada ainda no primeiro semestre de 2021. A previsão foi feita, segundo o jornal, pelo diretor do IFV, Vicente Vérez Bencomo.

Apesar de pouco divulgado, Cuba tem experiência na produção de vacinas. Dos 11 imunizantes empregados pelo programa nacional de vacinação cubano, 8 são produzidos no país. Esse “know how” justifica a entrada da ilha na corrida por vacinas contra Covid-19.

Nasalferon, o soro que passou a ser aplicado a todo viajante que chega a Cuba.
Nasalferon, o soro que passou a ser aplicado a todo viajante que chega a Cuba.| Reprodução/Twitter

Além de vacinas, Cuba desenvolve também outros medicamentos para enfrentar o novo coronavírus. São 23 medicamentos em estudo. No último dia 7, por exemplo, o governo cubano passou a aplicar o soro nasal Nasalferon em todos os viajantes que chegam na capital do país e nos seus familiares.

De acordo com estudos realizados no país, o Nasalferon fortalece o sistema imunológico e impede que o vírus Sars-CoV-2 se replique, evitando o desenvolvimento de sintomas graves em caso de infecção pelo novo coronavírus.

Outro medicamento em destaque é o antiviral Interferon Alfa 2B, que foi amplamente usado na China para combater o coronavírus no auge da crise sanitária no país. O Interferon é produzido pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia de Cuba (CIGB).

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