| Foto:

Depois que Christopher Nolan trouxe ao mundo sua visão realista e dramática do Cavaleiro das Trevas, muita gente passou a ignorar os filmes anteriores, como se tudo o que tivesse sido produzido até então não fosse digno de lembrança. É comum os espectadores — principalmente a gurizada — se empolgarem com que é novo e mais recente, e convenhamos que os dois filmes anteriores do Joel Schumacher não empolgam muito mesmo (embora ao menos sirvam para dar boas risadas).

CARREGANDO :)

Agora, é preciso dar o braço a torcer e reconhecer que o Batman de Tim Burton, protagonizado por Michael Keaton, merece sim ser resgatado e reconhecido como um clássico das adaptações de super-heróis. O primeiro filme completou nesta semana 25 anos (é tempo!!) e, pra homenagear a obra, a revista Variety publicou um artigo sobre “as nove maneiras com que o Batman de Tim Burton mudou para sempre os filmes de super-heróis”.

Não se trata de jogar confete em cima da obra por conta de seu aniversário. Vale lembrar que Batman (1989) surgiu em uma época em que adaptações de quadrinhos no cinema eram exceção, e não a regra — ao contrário do que ocorre hoje em Hollywood. O filme de Burton foi sucesso de bilheteria, apresentou um dos vilões mais pirados do cinema e garantiu uma sequência (que também é bacana). Como bonus track, ajudou a sedimentar o caminho que outras produções do gênero trilhariam mais de uma década depois, com o lançamento de X-Men: O Filme (X-Men, 2000).

Publicidade

Ainda não está convencido da herança deixada por Burton e Keaton? Então veja o que a Variety diz a respeito (e, se quiser, leia aqui o artigo na íntegra, em inglês):

Armaduras X calças justas

Um universo à parte

O visual gótico-noir-steampunk de Gotham City no primeiro Batman rendeu ao filme um Oscar de Melhor Direção de Arte. Enquanto os filmes anteriores do Superman se passavam em um mundo realístico, Burton criou um novo universo inteiro a partir de rascunhos de papel, comprovando que adaptações de HQs podem sim apresentar uma realidade à parte, distante das amarras do “mundo real” já conhecido pelos espectadores. O impacto desta nova maneira de se pensar a concepção visual dos filmes pode ser sentido em obras como Blade, Hellboy e Watchmen.

Publicidade

Why So Serious?

A teoria do autor

Até o lançamento de Batman, Tim Burton tinha no currículo apenas duas produções de relativo sucesso nas bilheterias — Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice, 1988) e As Grandes Aventuras de Pee-wee (Pee-wee’s Big Adventure, 1985). Foi a adaptação do Cavaleiro das Trevas que o conduziu ao estrelato como um diretor visionário cujo estilo visual é fácil de ser reconhecido. Seria muito fácil Burton ter dirigido um filme sob encomenda, quadrado e esquecível. Porém, foi sua visão peculiar do universo do Batman que chamou tanta atenção e provou que adaptações de quadrinhos também podem ser “filmes de autores”, abrindo espaço para diretores como Guillermo del Toro, Zack Snyder, Christopher Nolan e Sam Raimi.

O rosto por trás da máscara

Publicidade

Aquele que você ama odiar

Já virou chavão falar que “atrás de todo grande herói há um grande vilão”. O ditado foi seguido à risca no filme de Tim Burton, que trouxe ninguém menos do que o ganhador do Oscar Jack Nicholson para interpretar o arqui-inimigo do Cavaleiro das Trevas. Nicholson nos presentou com uma atuação memorável que, em vários momentos, ofuscou o protagonista (o que se repetiria com o Coringa de Heath Ledger). Desde então, vários outros grandes atores foram chamados para interpretar vilões em adaptações de quadrinhos, como Jeff Bridges Ian McKellenWillem Dafoe.

Uma marca para ficar

Publicidade

Bat-merchandising

A Warner Bros. não foi boba. Junto do filme nos cinemas, lançou uma série enorme de brinquedos, produtos e roupas que se inspiravam no Batman de Tim Burton, o que contribuiu para aumentar ainda mais o hype em torno da obra. A estratégia não era nova – vide Star Wars -, mas foi a primeira vez que era utilizada para vender (literalmente) uma adaptação de histórias em quadrinhos. Hoje, os filmes de super-heróis são acompanhados por todo tipo de produtos voltados não só aos fãs, mas aos consumidores que conhecem de longe os personagens — desde os óbvios bonecos até cosméticos e edições limitadas de salgadinhos.

Respeite o cânone

E você, concorda com a avaliação da Variety? O Batman de 1989 merece mesmo ser chamado de clássico? Deixe nos comentários seu veredicto sobre a obra!

Publicidade

**

Não deixe de seguir a página do Cinema em Casa no Facebook para acompanhar as atualizações do blog e receber notícias e curiosidades sobre a sétima arte!