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Top 5: a Liga Extraordinária dos Esnobados pelo Oscar
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Queira você goste ou não, no próximo domingo as atenções de boa parte da imprensa mundial estarão voltadas para Los Angeles, na entrega do Oscar 2013. A premiação em si, acredito, dispensa apresentações. Trata-se do maior prêmio da indústria cinematográfica, que se propõe a valorizar os melhores filmes lançados no ano anterior, assim como os responsáveis por levar às telas a produção – diretores, atores, roteiristas, produtores, figurinistas, montadores, etc.

Os indicados e ganhadores são eleitos por meio de votação dos cerca de 6 mil membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Lógico que, apesar de ser a premiação mais consagrada, o Oscar não necessariamente reflete o gosto do público e dos críticos. Não por acaso, os membros da Academia são constantemente tachados de reacionários, antiquados ou puritanos. Talvez o fato de grande parte deles estar acima dos 60 anos tenha relação.

No decorrer dos 85 anos da premiação, foram vários os casos de diretores, produtores e atores que acabaram “esnobados” pela Academia, mesmo sendo responsáveis por sucessos consagrados. Para “vingar” esses injustiçados e lembrar que Oscar não necessariamente é sinônimo de qualidade e competência na telona, o Top 5 desta sexta relembra alguns destes episódios emblemáticos, que até hoje permanecem na memória de críticos e cinéfilos.

TOP 5: INJUSTIÇADOS PELO OSCAR, VINGADOS PELO PÚBLICO

Travis Bickle, nocauteado por Rocky Balboa

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Travis, um sujeito com problemas. Ah, se ele resolve visitar os membros da Academia…

Eu até gosto do drama de superação protagonizado e escrito por Sylvester Stalllone. Rocky – Um Lutador, foi o ponto alto de uma franquia que rendeu sequências clássicas – como a corridinha escadaria acima – e se estendeu ao longo de filmes menores, mas bem-sucedidos. O problema é que Rocky abocanhou o Oscar de Melhor Filme de 1977 em um ano em que um dos concorrentes era ninguém menos do que Taxi Driver, um dos filmes mais viscerais e cultuados de Martin Scorsese, ainda em início de carreira. O próprio Scorsese foi esnobado na premiação e sequer foi indicado como Melhor Diretor. Já Robert De Niro e Jodie Foster garantiram indicações por suas atuações, nos papéis do taxista psicótico e da prostituta teenager. Também não levaram.

Kubrick e Hitchcock, adorados, mas renegados

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2001, Uma Odisseia no Espaço, perdeu para outro clássico da ficção científica, Planeta dos Macacos. Menos mal…

Para mim, aí está uma das maiores provas de que o Oscar não pode ser levado tão a sério. Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick vieram, mudaram a história do cinema, foram consagrados como gênios, e partiram sem levar nenhuma estatueta. Hitchcock foi indicado cinco vezes. Mas acabou ganhando um prêmio pelo “conjunto da obra” já no fim da carreira, em 1968. Já Kubrick competiu quatro vezes, inclusive por 2001, Uma Odisseia no Espaço, obra que deveria ser retirada das locadoras e colocada numa exposição de arte. Definitivamente, o diretor era um homem à frente do seu tempo.

Apocalype na Selva e no Teatro Kodak

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Apocalypse Now: Francis Copolla sofreu tanto que merecia o Oscar e seis meses de férias no Caribe.

A produção conturbada do clássico Apocalypse Now, de Francis Ford Copolla, rendeu até um documentário, que mostra como o diretor, atores e equipe técnica estiveram à beira de um colapso total no meio da selva. O filme é grandioso, uma odisseia lisérgica que levou a um novo patamar as ideias contidas no livro já consagrado de Joseph Conrad. Foi indicado a oito Oscar em 1980, inclusive Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. Porém, teve que se contentar com dois prêmios técnicos. Kramer vs. Kramer levou Melhor Filme e Direção. Mas, cá entre nós, alguém se lembra desse filme? Só me recordo que é com o Dustin Hoffman…

A estatueta que o Brasil quase levou… quase

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Fernanda Montenegro: idolatrada no Brasil, esnobada no exterior.

A transmissão da cerimônia do Oscar nunca teve tanta audiência entre os brasileiros quanto em 1999, quando Fernanda Montenegro sentou-se ao lado das celebridades hollywoodianas para aguardar a premiação por Melhor Atriz. Ela concorria pelo papel em Central do Brasil, de Walter Salles, numa atuação tocante, em um filme que merece ser visto e revisto todos os anos. A imprensa se mobilizou, o país inteiro torceu… mas quem levou a estatueta foi Gwyneth Paltrow, por seu papel em Shakespeare Apaixonado. Não sou do tipo patriota ufanista, mas essa foi sacanagem.

O melhor filme de todos os tempos… mas não para a Academia

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Cidadão Kane: do porão do Oscar para o topo da lista de melhores filmes.

Por 50 anos, Cidadão Kane reinou intocável no topo da lista dos melhores filmes de todos os tempos, do British Film Institut. Só foi destituído do posto ano passado, por Um Corpo que Cai, de Hitchcock. Mesmo assim, continua sendo quase obrigação citá-lo em outras listas e rankings. O filme de estreia de Orson Welles, porém, levou apenas o Oscar de Melhor Roteiro Original – concorreu em outras oito categorias, incluindo Melhor Filme e Direção. Felizmente, o tempo fez sua parte e, já nos anos seguintes, Cidadão Kane foi alçado como patrimônio histórico mundial do cinema.

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As discussões sobre os esnobados do Oscar rendem desde sempre matérias e galerias na mídia especializada. Pra conferir outros exemplos (e são muitos) vale conferir as compilações feitas pelas revistas Mundo Estranho, Monet e Rolling Stone. E pra você, quais foram as maiores injustiças cometidas pela Academia?

Ah, vale lembrar que a Gazeta está com um aplicativo muito bacana para recolher as opiniões dos internautas sobre os indicados deste ano. É o Craque do Oscar 2013. De quebra, você ainda pode ganhar alguns ingressos. Acesse lá!

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