Há algumas perguntas que, por mais que o tempo passe e a ciência avance, permanecem sem respostas definitivas. Qual é, enfim, o sentido da vida? Estamos sozinhos no universo? Capitu traiu ou não Bentinho? E por aí vai.
Fora esta última questão, apresentada por Machado de Assis e relegada ao imaginário do leitor, as outras dúvidas existenciais volta e meia são exploradas por roteiristas e diretores no cinema. Uma das melhores comédias já feitas é justamente uma que tenta responder a primeira pergunta (usando e abusando do cinismo e do humor, claro). Lembram de Monty Python – O Sentido da Vida (The Meaning of Life, 1983)? Mas é a possibilidade de haver vida inteligente em outras planetas que mais rende histórias na telona, para deleite dos fãs de ficção científica.
E há tramas para todos os gostos. Há aquelas que mostram alienígenas convivendo pacificamente entre os humanos (como no clássico E.T. – O Extraterrestre, de Steven Spielberg), as que retratam os seres do espaço como indivíduos perigosos e sorrateiros, capazes de se infiltrar entre os terráqueos (vide Os Invasores de Corpos e O Enigma de Outro Mundo) e, as mais comuns e barulhentas, que apresentam os aliens chutando o balde e explodindo sem pudor o que veem pela frente (na linha de Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles e A Guerra dos Mundos).
O Top 5 de hoje é dedicado a estas produções, que nos fazem olhar para o céu à noite com um misto de esperança… e medo!
TOP 5: FILMES QUE RETRATAM A CHEGADA DE ALIENÍGENAS AO PLANETA TERRA
O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 1951)
Nem todos os alienígenas querem sumir com nossos recursos e escravizar os humanos. O visitante Klaatu é uma prova disso. O alien com cara de bons amigos chega à Terra para alertar os líderes mundiais de que os países devem abrir mão dos conflitos e da corrida armamentista para viverem em paz. Agora, colocar isso na cabeça dos humanos não é tão fácil… O Dia em que a Terra Parou é considerado um clássico justamente por ser um sci-fi “cabeça”, com uma abordagem mais séria e profunda sobre os excessos cometidos por humanos – ainda mais numa época marcada pelos riscos de uma da guerra nuclear e com as feridas da Segunda Guerra Mundial bem visíveis. Os efeitos especiais espetaculares ajudaram, claro. Esqueça a desnecessária refilmagem feita em 2008 com Keanu Reeves.
Independence Day (1996)
A ideia de um presidente americano subir em um caça para combater naves alienígenas soa absurda, assim como o tom ufanista que permeia todo o filme e transforma Os Estados Unidos, mais uma vez, em o grande salvador do mundo. Mas não dá pra negar que Independence Day é uma aventura divertida, principalmente pelos efeitos especiais que fizeram muita gente pular da poltrona na sessão de cinema. A imagem dos prédios e da Casa Branca explodindo abaixo das naves gigantes ficou no imaginário popular e estas talvez sejam hoje algumas das cenas mais icônicas quando se fala em invasão de outro planeta. Will Smith e Jeff Goldblum formam uma dupla improvável, mas que alivia o tom catastrófico do filme e lembra ao espectador que a história não é mesmo pra ser levada a sério. E algum filme do Roland Emmerich é?
Distrito 9 (District 9, 2009)
A estreia de Neill Blomkamp em longas-metragens é, sem dúvida, uma das melhores e mais inspiradas ficções científicas lançadas nos últimos anos. Filmada em tom documental, com direto a depoimentos de cidadãos de Joanesburgo e colegas de trabalho do protagonista, retrata a chegada de alienígenas com jeitão de insetos gigantes à maior cidade da África do Sul. Os aliens são logo subjugados e trancafiados em um loteamento gigantesco, onde vivem em condições precárias – muita gente viu aí uma clara menção ao cruel sistema de apartheid que perdurou no país por décadas. Na etapa final o filme desbanca de forma um pouco exagerada para as explosões e tiroteios, mas mesmo assim oferece uma experiência bem acima da média aos espectadores, com um desfecho aberto e tocante.
Sinais (Signs, 2002)
Já faz um tempinho que M. Night Shyamalan não acerta a mão – o diretor chamou a atenção do público e crítica com uma série de filmes intrigantes no começo da década de 2000, como O Sexto Sentido, A Vila e Corpo Fechado. Sinais faz parte desta boa safra que ficou pra trás. Abrindo mão das pirotecnias e excessos normalmente vistos em filmes do gênero, Shyamalan apresenta um suspense contido e repleto de tensão, que, ao invés de mostrar, sugere. A trama se desenvolve ao redor de uma família irregular e tem como gancho os mitos que envolvem as famosas figuras gigantes feitas em plantações ou pastagens – os tais “sinais” do título. Mel Gibson é o protagonista, mas o destaque fica por conta de Joaquin Phoenix, no papel do irmão meio abobalhado que acaba decidindo o futuro de todos. Garante bons sustos e tem atéuma homenagem singela ao Brasil: a primeira filmagem dos aliens divulgada na TV é feita em uma festa de aniversário tupiniquim.
Eles Vivem (They Live, 1988)
Nunca um par de óculos foi tão útil. Neste sci-fi meio obscuro de John Carpenter (mais conhecido por obras como Halloween e Os Aventureiros do Bairro Proibido), Roddy Piper vive um cidadão que descobre uma invasão alienígena em curso ao encontrar acidentalmente óculos que o permitem enxergar o verdadeiro rosto de figurões e pessoas comuns. Só assim cai a ficha: disfarçados de humanos, os alienígenas dominaram todo o planeta e mantém a população sob controle por meio de mensagens subliminares. Alguém aí lembrou de Matrix? Um filme modesto (inclusive em termos de orçamento, que não passou dos US$ 4 milhões) mas eficiente, que deve voltar às telas novamente em um remake.
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Lembra de mais algum outro filme que mostra seres de outras planetas chegando à Terra? Comente aqui no blog e deixe sua sugestão!
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