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Lembre da última vez em que você foi ao cinema. Quantos trailers passaram antes do início do filme? Três? Cinco? Foram prévias que lhe interessaram de alguma maneira? Até que ponto um trailer serve de ponto de partida para que você decida assistir a um filme?

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Pois as já tradicionais prévias cinematográficas que antecedem o lançamento de uma produção estão no centro de um debate entre a indústria e os proprietários de cinemas nos Estados Unidos. A Associação Nacional dos Proprietários de Cinemas (Nato, da sigla em inglês) divulgou este mês uma série de normativas que, apesar de não terem o caráter de regras, pretendem forçar os estúdios a reverem a forma como os trailers são produzidos e exibidos hoje em dia.

A Nato defende que, a partir de outubro de 2014, os trailers não possam ter mais de dois minutos de duração — em média, eles possuem 2min30seg — e só possam ser exibidos a partir de cinco meses da data de estreia. Os proprietários de cinemas também defendem que materiais de propaganda, como cartazes e peças de papelão, só sejam colocadas nos espaços a partir de quatro meses do lançamento dos filmes.

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As normativas são resultado de uma percepção da Nato que talvez também seja compartilhada por boa parte dos espectadores: a sensação de que os trailers são longos demais e entregam boa parte do conteúdo e das cenas dos filmes. O fato de que muitos trailers são fonte de spoilers desnecessários para o público foi tema, inclusive, de um artigo nesta semana do colunista Xan Brooks, do The Guardian — leia o artigo aqui (em inglês).

Nos Estados Unidos, como bem lembra uma matéria do The Hollywood Reporter publicada nesta segunda, é comum que a sessão de um filme seja precedida por até sete ou oito trailers. Considerando que eles têm em geral dois minutos e meio, lá vão quase 18 minutos apenas de prévias — tempo que faz muita diferença no circuito de sessões do dia e compromete o intervalo entre os filmes. Parece que os donos dos cinemas têm razão em chiar, mesmo que alguns estúdios paguem um extra para que os trailers sejam exibidos. A intenção é que os trailers se aproximem mais do formato de teasers, vídeos mais curtos, com poucos elementos do filme finalizado e que têm a função de excitar a curiosidade dos espectadores.

A discussão, ao que tudo indica, vai se estender. Os executivos de Hollywood batem o pé e defendem que dois minutos e meio de trailer é um tempo razoável. Além disso, já é reconhecido há tempos que o trailer é a principal peça de divulgação de um filme, responsável por criar um hype em torno da produção e incentivar espectadores a irem para a fila do cinema. Atualmente, a internet se tornou um espaço estratégico para a divulgação das prévias, mas, convenhamos, no cinema é diferente: o espectador é praticamente obrigado a assistir ao trailer, mesmo que já o tenha visto meia dúzia de vezes.

Ainda é cedo para dizer se isso afeta a divulgação dos filmes no exterior, incluindo no Brasil. Caso as normativas sejam levadas a sério pelos estúdios, nada impede que sejam feitos trailers diferenciados para serem exibidos nos cinemas de outros países, onde não haja restrições. Por outro lado, o movimento da Nato pode incentivar que os proprietários de cinemas fora dos EUA também defendam a diminuição da duração dos trailers. É esperar pra ver.

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Você se enquadra no grupo dos que vibram com cada trailer exibido antes do filme ou na turma que acha as prévias uma encheção de saco? Faz sentido diminuir a duração dos trailers para evitar spoilers? Comente aqui no blog!

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