O segundo turno em Curitiba começa com uma dose cavalar da rivalidade política mais tradicional da cidade, Jaime Lerner contra Roberto Requião. Lerner soltou ontem uma nota à imprensa dizendo que “quem ama Curitiba, vota em Gustavo Fruet”. Logo depois, Requião desembarcou o PMDB na campanha de Ratinho Júnior (PSC).
Claro que é um tempero a mais na disputa, mas não deve fazer muita diferença. Requião nunca elegeu um apadrinhado político em Curitiba. E, apesar de todos os prefeitos depois de 1992 terem raízes no lernismo, nos últimos anos os elogios públicos ao “patriarca” da dinastia viraram um tabu.
A curiosidade é que, quando foi eleito prefeito em 1988, Lerner venceu o pai de Gustavo, Maurício Fruet, na famosa campanha dos 12 dias. Na época, Fruet era o candidato da situação, apoiado por Requião. E agora Fruet usa o mesmo 12 pedetista que um dia derrotou Maurício.
Por essas e outras, o Atletiba ideológico tem tudo para não colar. Mais ainda, porque Ratinho Júnior é de um partido pequeno, sem qualquer tradição. E, no mesmo domingo em que conseguiu uma vitória histórica no primeiro turno, deu a declaração de que “não é oposição, nem de situação, mas de inclusão”.
O posicionamento – ou melhor, a falta dele – tira todo o charme do discurso de independência, do outsider que queria fazer política de um outro jeito.
Confronto para valer, só se Lerner e Requião topassem um debate entre si. Rafael Greca, que já trabalhou com ambos, poderia ser o mediador.
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