Texto publicado na edição impressa de hoje da Gazeta do Povo:
A pressa em definir a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), tem obrigado os principais partidos da base governista a priorizar as alianças nacionais para depois decidir o que será feito nos estados. Reuniões realizadas na noite de anteontem em Brasília aceleraram as negociações da petista com o PMDB e o PDT. As manobras influenciam diretamente as decisões sobre a disputa pelo governo do Paraná.
Embora distantes de um consenso, os peemedebistas decidiram que irão apoiar Dilma, desde que tenham o direito de indicar o candidato a vice-presidente. Os mais cotados são presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que se filiou ao partido há seis dias. A proposta será apresentada por Temer ao presidente Lula nos próximos dias.
“Chegamos à conclusão de que era melhor criar diretrizes gerais a partir dessa decisão do que ficar solucionando os problemas estado por estado”, explicou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Ele e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures foram os únicos paranaenses a participar do encontro do PMDB. Segundo Stephanes, o Paraná é um dos exemplos de estados em que a decisão do partido deve se arrastar pelo menos até abril.
“Ainda trabalhamos com pelo menos três divisões dentro do partido.” Segundo o ministro, há uma indefinição entre os que preferem apoiar a candidatura própria ao Palácio Iguaçu, com o vice-governador Orlando Pessuti, e os que se dividem entre apoiar o senador Osmar Dias (PDT) ou o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). A decisão de fechar com Dilma, no entanto, praticamente inviabiliza um acordo formal com os tucanos.
Stephanes também lembrou que o partido trabalha com a hipótese de dissidências. “Já sabemos que há situações sem volta, como os senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcellos, além do Orestes Quércia (ex-governador de São Paulo), que vão ficar com o PSDB.” A postura tolerante abriria a possibilidade de negociações desiguais nos estados.
Até agora, o ministro tem sido um dos principais defensores de uma parceria com Osmar Dias, que também protagonista das negociações da noite de terça-feira.
Líder do PDT no Senado, ele participou de um jantar oferecido aos representantes do partido no Congresso Nacional por Dilma. Pressionada pelo avanço de Ciro Gomes (PSB) nas pesquisas, a ministra tentou convencer os parlamentares de que a base aliada ao governo Lula deve unir-se em torno de apenas uma candidatura.
Nos últimos dias, o partido se aproximou de Ciro, que permanece indeciso entre candidatar-se a presidente ou a governador de São Paulo.
Dilma saiu fortalecida do encontro, mas não garantiu o apoio imediato. “Estamos divididos entre os que querem fechar apoio agora e entre os que preferem esperar mais um pouco. Eu particularmente acho melhor esperar”, disse Osmar.
Dilma foi uma das fundadoras do PDT, no começo dos anos 80, e só trocou a legenda pelo PT na década passada. De acordo com Osmar, Dilma reforçou durante a reunião que a aliança com os pedetistas é importante “ideologicamente”. “O PT valoriza as bandeiras do nosso partido, especialmente nas questões trabalhistas.”
Apesar de preferir que o acordo seja postergado, Osmar vê poucas chances de o partido aliar-se ao PSB de Ciro Gomes. A reunião de anteontem, segundo ele, também sepultou qualquer possibilidade de que o partido tenha candidato próprio, como ocorreu em 2006 com o senador Cristovam Buarque. “O Cristovam fez menos votos no Brasil do que eu fiz no Paraná. Não dá para repetir esse erro de novo.”
General que chefia resgates no RS diz que ação sofre com mentiras de “heróis do WhatsApp”
Governo pagou R$ 539 milhões em emendas ao RS em 3 dias; Porto Alegre recebeu R$ 177 milhões
Obras do Rodoanel são retomadas em São Paulo após leilão e seis anos de paralisação
Orçamento federal para prevenção a desastres caiu quase 80% na última década