Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil| Foto:
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, parece ter sido treinado por Lula (o rei das metáforas), antes de fazer o anúncio das medidas fiscais do governo. Levy insistiu no dado de que a proposta da CPMF (cuja alíquota proposta pelo governo é de 0,2%) implicaria apenas em um gasto de dois milésimos de real a mais para cada movimentação financeira.

Disse ele: o sujeito compra um sanduíche e vai pagar dois milésimos a mais no preço final. Compra um bilhete de cinema, a mesma coisa.

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Parece baratinho, mas não é. Na verdade, imagine que você comeu um pão com bife. Houve dois milésimos a mais desembolsados pelo produtor do gado para comprar ração, depois mais dois milésimos desembolsados na revenda para o frigorífico, no frete, etc.

É um efeito-cascata gigante que, obviamente, vai ser pago pelo consumidor final.

Há outro fato marcante: a risadinha de Levy ao falar sobre o tempo de duração da contribuição. Quatro anos? Depois que entra no cofre, nenhum governo aceita abrir mão de receita. O P da CPMF é de provisória, ela durou dez anos e só acabou por uma decisão surpreendente do Senado.
E, em quatro anos, obviamente, o rombo nas contas da previdência não vai acabar.

São explicações que, em uma interpretação magistral de Lula, até poderiam soar verdadeiras. Na de Levy, não colou.

Pior que isso, engrossam o sentimento de rebelião contra o imposto. Em 2013, para quem não lembra, o país parou por um mês. E não foi só por 20 centavos das tarifas de ônibus.

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