Na passagem por Curitiba para turbinar a candidatura da senadora Gleisi Hoffmann (PT) ao governo do estado, o ex-presidente Lula aproveitou para desgastar Eduardo Campos (PSB). Durante encontro com empresários, sexta-feira passada, ele disse ter “preocupação” que o Brasil repita 1989, quando um candidato jovem e desconhecido venceu a eleição. “E nós vimos no que deu”, disse o presidente, segundo reportagem publicada hoje pela Folha de S. Paulo.
O que parece é que Lula começa a produzir um antídoto para o caso de Campos subir nas pesquisas. É senso comum em Brasília que o PT já aprendeu como tourear o PSDB, tanto no primeiro quanto no segundo turno, mas que não estaria preparado para uma disputa com outro partido – o que só aconteceu uma vez desde a redemocratização, exatamente em 1989.
Não deixa de ser estranho, porém, a tentativa de grudar em Campos um certo preconceito. Ex-ministro de Ciência e Tecnologia de Lula e governador de Pernambuco por dois mandatos, ele é mais desconhecido no Sul do país por questões geográficas do que por mérito. No fundo, muito mais do que ser jovem, o que pegaria contra ele por essas bandas é o fato de ser nordestino.
Esse tipo de preconceito é sempre velado, tão mesquinho quanto dizer para não votar em Dilma porque ela é mulher. Não é correto dizer que Lula entrou nessa seara (ele próprio é nordestino), mas será que os petistas vão desviar esse assunto em um caso de segundo turno contra Campos? É esperar para ver.
-
Um guia sobre a censura e a perseguição contra a direita no Judiciário brasileiro
-
O “relatório da censura” e um momento crucial para a liberdade de expressão
-
Braço direito de Moraes no STF já defendeu pena de morte e é amigo de Val Marchiori
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Tensão entre Israel e Irã atrapalha planos de Lula de aproximação com evangélicos
Brasil e Argentina: como andam as relações entre os dois países?
Ampliação de energia é o maior atrativo da privatização da Emae, avalia governo Tarcísio