Todo curitibano que se preza lembra bem daquela propaganda da loja de móveis Renovar. Ao final dos reclames, o dono – um tal de Toninho, ou um tosco boneco animado dele próprio – aparecia dizendo: isso sim é renovar!
O bordão me veio maçantemente à cabeça ao escutar o discurso de José Sarney ontem na posse da presidência do Senado. Antes, ainda em campanha, ele ressaltou que não era um velho, que sempre foi um inovador. Às pérolas:
“Não me chamem de retrógrado, como se eu fosse um velho que não quer renovar o Senado. Envelheço, mas não envelhece em mim a vontade de lutar pelo Brasil e de me atualizar.”
Antes que alguém atire a primeira pedra, é bom lembrar que Sarney foi sim um criador. Criou planos econômicos sensacionais, como o Plano Cruzado, o Plano Verão… Graças a eles, o Brasil só foi começar a se livrar da inflação em 1994, quatro anos depois de ele ter deixado a presidência.
Mas Sarney acredita que tem condições de renovar o Senado. E você, leitor, acredita? Era mais fácil botar fé no Toninho.
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