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Soam meio infantis os afagos feitos pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, aos esforços da presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção. A história de que o Brasil serve como “padrão mundial” na área de transparência pode até colar numa comparação com países como China e Rússia, mas é risível quando testada na prática.

Há quatro meses, eu e a colega Caroline Olinda fizemos um teste bem simples. Percorremos dez repartições públicas federais, estaduais e estaduais tentando esclarecer uma dúvida: quais haviam sido as despesas com limpeza de cada órgão ao longo do primeiro semestre de 2011. Nenhum deles prestou essas informações dentro do prazo de 30 dias estipulado pela nova Lei de Acesso à Informação, sancionada em dezembro e que entra em vigor em 16 de maio.

No discurso, também é fácil falar sobre a suposta intolerância do governo à corrupção. Afinal de contas, lá se vai quase uma dezena de ministros demitidos pela presidente Dilma Rousseff em 13 meses e meio de mandato.

Se o sujeito reflete um pouco, no entanto, aparecem ao menos duas dúvidas. Como é que um governante pode escalar tanta gente enrolada com casos de corrupção? E como houve tanta maracutaia em gabinetes de um governo tão “aberto”?

Hillary, é claro, teve tempo para pensar. Às vésperas da eleição presidencial nos Estados Unidos, ela mediu bem as palavras apenas com a intenção de fazer um agrado a um aliado que dá pouco problema. No país do futebol, a secretária apenas jogou para a torcida.

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