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Não são poucas as manifestações de que o Brasil mudou com o julgamento do mensalão. Para muitos, há a sensação de que agora sim a Justiça é para todos, de que Joaquim Barbosa encarna o espírito de toda essa transformação. Claro que muito disso é afobação (sem o fim da fase de dosimetria das penas ninguém pode cravar que algum político vai mesmo para a cadeia).

No país do futebol, o buraco é sempre um pouco mais embaixo. Assim como por essas bandas há leis que pegam e outras que não pegam, a ética do cotidiano é bem diferente do ideal. Pois a diretoria do Palmeiras acaba de trazer uma inovação: vai recorrer à Justiça para tentar anular o jogo de sábado contra o Internacional, questionando a invalidação de um gol de mão que garantiria à equipe um empate por 2 a 2 (o Inter ganhou por 2 a 1).

O vídeo abaixo deixa claro que o atacante Barcos meteu a mão na bola. O juiz se atrapalhou todo, deu o gol, mas teve tempo de desfazer a lambança. Agora o Palmeiras questiona a “forma” como o juiz foi avisado da irregularidade.

Bom, parece bem óbvio que foi um gol ilegal, não? Já não deveria ser suficiente para esquecer o assunto e tocar a vida para frente, mesmo sob risco de rebaixamento para a Série B?

Só para refrescar a memória, o Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil neste ano se beneficiando de dois erros da arbitragem no jogo de ida contra o Coritiba. Mas não é uma coisa de time A ou B, é uma coisa de ética mesmo.

Enquanto o jeitinho brasileiro prevalecer, seja na Justiça comum, no futebol ou em qualquer ramo de convívio social, episódios positivos como o mensalão vão ser só um ponto fora da curva da história de um país que, como diria De Gaulle, ainda insiste em não se levar a sério.

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