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A decisão da cúpula do PT de manter João Vaccari Neto como secretário de Finanças mostrou-se como o maior erro de reação do partido à operação Lava Jato. Foram dois cálculos que deram extremamente errado – 1) Afastar o tesoureiro seria admitir culpa; 2) Os indícios contra ele não eram suficientes.

Ambas as contas eram quase nada baseadas na realidade. Tinham apenas o objetivo interno de manter o moral da tropa elevado. Mais ou menos na linha de que o bom petista não deixa ninguém para trás (o que não é 100% aplicável, vide o caso de André Vargas).

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O comportamento de Vaccari colaborou para essa sensação de “equipe”. Durante depoimento à CPI da Petrobras na semana passada, ele não apanhou calado. Foi para o confronto e mostrou que todos os grandes partidos, inclusive o PSDB, também foram financiados pelas empreiteiras citadas na Lava Jato.

Eis que, para a Justiça, os indícios não pareceram tão fracotes assim e Vaccari acabou preso. Há ainda a possibilidade de argumentar internamente que trata-se apenas de “perseguição”. Para fora, no entanto, a desmoralização chega ao auge.

Não há nada mais simbólico em meio ao turbilhão das manifestações antipetistas que o responsável pela chave do cofre da legenda ir para a cadeia. No xadrez, seria algo como deixar as costas do rei desguarnecidas para proteger um cavalo.

Enquanto o PT insistir nesse jogo duplo, um para a própria torcida e outro para o país como um todo, vai continuar perdendo de goleada. Seja dentro ou fora de casa.