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Fobia social é mais um dos inúmeros problemas decorrentes do lockdown escolar extremamente prolongado, que em alguns estados chegou a durar quase dois anos. Na volta às aulas muitos estudantes estão se mostrando apáticos, desinteressados em reencontrar amigos ou até mesmo com medo do convívio com os colegas e professores.

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É preciso lembrar que muitas crianças e adolescentes foram submetidos a meses ou até anos de isolamento forçado não apenas da rotina escolar. Houve interdições de convívio dentro dos condomínios em que vivem, às vezes até dentro da própria família.

Nem todos conseguiram lidar com tamanha mudança de rotina numa fase da vida em que interagir com pessoas é fundamental para a formação da identidade social. E por tanto tempo! Dois anos na vida de alguém que tem 6, é um terço da vida.

O resultado desse período todo trancado num quarto durante boa parte do dia, ou circulando apenas nos poucos cômodos da casa, vai muito além da tristeza ou apatia. Há relatos de crianças que agora, de volta à sala de aula, demonstram estar em processo de automutilação, como já se registrava em outros momentos da pandemia com adolescentes e jovens adultos.

Segundo a médica psiquiatra Sílvia Marchant, impor a si mesmas uma dor física é uma das formas encontradas por pessoas que enfrentam crises de angústia, por exemplo, para tentar esquecer o sofrimento que sentem. As crianças em crise pós-lockdown podem estar se machucando para espantar o medo do convívio social.

Fobia social tem cura?

Convidei a médica psiquiatra Sílvia Marchant para uma entrevista depois de saber que professores estão tendo que lidar com situações delicadíssimas, como crianças pequenas arrancando cílios e sobrancelhas em sala de aula, fechadas em sua própria dor emocional.

Além da já conhecida síndrome do pânico, que também acometeu muitos jovens desde que o mundo impôs os lockdowns como forma de tentar barrar o contágio do coronavírus, a onda entre crianças está sendo classificada como fobia social.

Tem tratamento e cura, mas é preciso estar atento aos sinais que a criança emite e buscar ajuda o quanto antes, para que o sofrimento não se prolongue e vire uma doença mais grave, como a depressão.

"Psiquiatra não é médico de louco", diz Sílvia Marchant, como principal recado a quem ainda tem preconceito em relação a reconhecer doenças mentais ou emocionais e, especialmente, a tratar esses problemas como doença.

Para assistir à entrevista completa clique no play da imagem que ilustra esta página. Depois não se esqueça de deixar o registro de como se sentiu ao acessar esse conteúdo e de contribuir para o debate deixando um comentário.

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