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A linguagem neutra e a laicidade brasileira
| Foto: Pexels/Pixabay

Na quinta feira, 18 de novembro, recebemos a notícia de que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, decidiu de forma liminar, na Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.019, suspender lei do estado de Rondônia que proíbe a denominada “linguagem neutra” na grade curricular e no material didático de instituições locais de ensino, públicas e privadas e nos editais de concursos públicos. A polêmica em torno dessa questão é a substituição da gramática que conhecemos, da norma culta, com palavras identificas pelo gênero, como “todas elas” e “todos eles” pelo pronome neutro.

A onda agora, de uma minoria barulhenta, é que todas as palavras diferenciadas pelo gênero masculino e feminino sejam substituídas pelo “gênero neutro”: todes elxs. E a decisão liminar do ministro entende que isso é uma possibilidade, por ser um fruto da liberdade de expressão. Ele afirmou que: “proibir que a pessoa possa se expressar livremente atinge sua dignidade, portanto, deve ser coibida pelo Estado”.

É a religião quem responde às perguntas essenciais da vida humana e, por isso, a laicidade colaborativa é o ponto de partida para pensar como resolver problemas como a tentativa de imposição do gênero neutro na linguagem

Essa situação nos mostra por que é importante pensar a educação na laicidade colaborativa brasileira. Visualizar a educação com uma ótica amplificada é fruto da perspectiva de que fomos criados à imagem e semelhança de Deus e, por isso, nosso sistema educacional deve ser acessível e de boa qualidade. Imaginem o impacto que uma mudança dessas (gênero neutro) causaria no sistema de estudos de muitos estudantes em todo o país? Precisamos pensar a educação de forma inteligente e conservar aquilo que é essencial. Jordan Peterson arremata esta questão ao falar sobre os pronomes neutros indicando que “os pronomes fazem parte de uma categoria linguística fechada, eles não mudam”. O leitor percebe que se trata de instrumento de identificação, criado, não em vão, para compor a língua portuguesa: é uma ferramenta de distinção e estrutura de linguagem firmada no parâmetro curricular nacional.

Tão importante quanto a educação, a economia e o fenômeno religioso também devem ser alvos de nossa observação. São três áreas constantemente atacadas – de impasses ideológicos na economia até as inúmeras tentativas de enterrar a liberdade religiosa no Brasil. É a religião quem responde às perguntas essenciais da vida humana e, por isso, a laicidade colaborativa é o ponto de partida para pensar como resolver problemas como a tentativa de imposição do gênero neutro na linguagem. Uma pessoa que não tem mais certeza de qual o seu papel no mundo e que de qual é o seu gênero não pode ditar regras para todas as outras que sabem quem são, onde estão e para onde pretendem ir.

Por esse cenário, vale o convite para todos os leitores e assinantes da Gazeta do Povo: estejam sempre atualizados e busquem instrução. Uma entidade que, juntamente com a Gazeta do Povo, tem esse objetivo é o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR), que está promovendo, na próxima semana (25 e 26 de novembro), o 2.º Congresso Brasileiro de Direito Religioso, com o tema “Economia, educação e o fenômeno religioso na laicidade colaborativa brasileira”.

Dentre as autoridades convidadas, contaremos com o ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União André Mendonça; o governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado; os autores da obra Direito Religioso e Laicidade Colaborativa Brasileira, Thiago Rafael Vieira e Jean Marques Regina; o professor da USP David Azevedo; a secretária nacional da Família, Ângela Vidal Gandra Martins; o reverendo, ex-chanceler do Mackenzie e doutor em Filosofia Davi Charles Gomes; o Ph.D. pela Universidade Gregoriana Marcus Boeira; o presidente da mantenedora da UniEvangélica, Augusto Ventura; o professor e autor de diversas obras, como O Abuso do Poder Religioso, Valmir Nascimento Milomem, o professor, doutor em Direito e procurador federal Marcel Simões; a coordenadora de Liberdade Religiosa no MMFDH, Natammy Bonissoni; o diretor do seminário Martin Bucer, reverendo Franklin Ferreira; e o diretor do Ministério Fiel, pastor Tiago Santos, dentre muitos outros! As temáticas abordadas serão: Laicidade brasileira colaborativa; Direito Religioso e relações de trabalho; Liberdade religiosa e economia; Teologia e filosofia – A era secular.

São os últimos dias para as inscrições presenciais e virtuais. Então, aproveitem! Para mais informações sobre local e hospedagem, acesse a página do evento.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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