Como já é tradição, apenas dois parlamentares participaram da sessão do Senado na manhã desta sexta-feira (6), Roberto Requião (PMDB-PR) e Paulo Paim (PT-RS), que se dividiram para ter um sentado na cadeira de presidente do plenário, conduzindo os trabalhos, e outro na tribuna, discursando ao microfone. O paranaense foi o primeiro a falar, se dedicando ao tema da iminente prisão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “rigorosamente inadmissível”, nas palavras do peemedebista. “É a prisão da esperança dos brasileiros”, declarou o paranaense.
Na tribuna, Requião iniciou dizendo que o Brasil “vive um dos momentos de maior crise na nossa história” e que o Supremo Tribunal Federal (STF) atropelou a Constituição Federal de 88, que “assegura que ninguém poderá ser preso, a não ser por sentença transitada em julgado”.
Ele também criticou o juiz federal Sergio Moro: “No início da Lava Jato, eu mesmo fiquei empolgado com o combate à corrupção, mas a Lava Jato está claramente a serviço de interesses que não são brasileiros. O que é que o Moro faz, a cada 30 dias, a cada 15 dias, nos Estados Unidos, fazendo palestras, provavelmente remuneradas, sendo ouvido nos programas de televisão de maior audiência do mundo? Foi capturado pela vaidade. Está a serviço de um movimento que, para o comum da classe média brasileira, parece ser um movimento de moralização, mas é um movimento de cobertura do processo entreguista”.
Lula foi condenado por Moro, em julho de 2017, no caso do “tríplex de Guarujá”. Em janeiro último, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou a condenação, e estabeleceu uma pena ainda maior, de 12 anos e um mês de prisão. Agora, a mando de Moro, o petista deve se apresentar até as 17 horas desta sexta-feira (6) à Polícia Federal, em Curitiba, para começar a cumprir a pena.
Requião também aproveitou para informar que deve sair de Brasília e seguir para São Paulo. “Depois desse pronunciamento, pretendo, se conseguir um voo, me dirigir a São Bernardo para levar a minha solidariedade”, disse ele. Presidente nacional do PT, a também senadora pelo Paraná Gleisi Hoffmann já acompanha as mobilizações da militância em São Bernardo.
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