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Foto: Divulgaçãõ / ANPR

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A força-tarefa da Lava Jato recebeu nesta terça-feira (10) a premiação especial hors concours no IV Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal. A Operação Lava Jato recebeu o prêmio especial na categoria de “Combate à Corrupção” durante a solenidade realizada em Brasília. O concurso é realizado pela Associação nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Entre os representantes da força-tarefa no evento estavam o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol e os procuradores Carlos Lima, Roberson Pozzobon e Andrey Borges. Dallagnol representou o grupo na entrega do prêmio. “Somos representantes do MPF, de órgãos públicos, mas acima disso somos representantes da nossa chefe e líder suprema: a sociedade, que convocou o MPF no combate à corrupção”, afirmou.

Os procuradores comemoraram o prêmios através das redes sociais. “Quando nos inscrevemos para o prêmio República, tínhamos muito claro, além do altíssimo nível dos trabalhos que concorrem, como o ranking de transparência, que não somos mais do que representantes. Apesar de todo o grande esforço de cada um dos colegas da Força Tarefa em ousar, por meio de iniciativas inéditas como as colaborações premiadas, leniências e cooperações internacionais em série, a criação do primeiro website de caso criminal da história e a propulsão de um procedimento inovador que levou à proposta de reformas necessárias na legislação, temos plena consciência de que foi a força institucional e interinstitucional que nos trouxe aqui hoje”, diz a nota oficial da força-tarefa sobre o prêmio.

“A Lava Jato higieniza, em uma tarefa que está longe de acabar, apenas alguns dos aposentos de um imenso prédio público que tem milhares de repartições contaminadas histórica e sistematicamente com a corrupção”, diz outro trecho da nota.

 

Confira a nota da força-tarefa na íntegra:

“Quando nos inscrevemos para o prêmio República, tínhamos muito claro, além do altíssimo nível dos trabalhos que concorrem, como o ranking de transparência, que não somos mais do que representantes. Apesar de todo o grande esforço de cada um dos colegas da Força Tarefa em ousar, por meio de iniciativas inéditas como as colaborações premiadas, leniências e cooperações internacionais em série, a criação do primeiro website de caso criminal da história e a propulsão de um procedimento inovador que levou à proposta de reformas necessárias na legislação, temos plena consciência de que foi a força institucional e interinstitucional que nos trouxe aqui hoje.
Somos aqui, portanto, representantes de um trabalho desenvolvido por diversos PRs, PRRs, Sub-PGR e do PGR no caso Lava Jato, bem como desenvolvido por servidores incansáveis que viram as noites para desenvolver um trabalho de excelência que de algum modo equilibre em quantidade e qualidade de peças dos mais de 100 grandes escritórios de advocacia que atuam no caso.
Devemos nossa existência ao PGR Rodrigo Janot, que teve a visão de constituir uma força-tarefa e acreditou em nossa equipe em um momento em que o caso Petrobras ainda era um embrião e, mais tarde, compôs uma equipe de brilhantes colegas com uma excepcional atuação perante o STF.
Somos representantes do trabalho de inúmeros órgãos, a começar dentro de nossa casa, da Câmara de Combate à Corrupção, da SCI, da Secretaria de Pesquisa e Análise, da Secretaria de Comunicação e da ANPR.
Estamos aqui ainda como representantes também do esforço de muitos órgãos externos, especialmente do Judiciário, Polícia e Receita, mas também do COAF, TCU, CADE, CGU e da própria Petrobras.
Agora, acima e para além de tudo isso, somos representantes do nossa chefe e líder suprema, a sociedade, que nos comandou a coibir a corrupção na Constituição.
É apenas como representantes do trabalho e sacrifício de tantas pessoas, seus verdadeiros donos, que nos sentimos aptos a receber e agradecemos este prêmio.
• Max Weber disse que o homem não teria alcançado o possível se tantas vezes não tivesse tentado o impossível. Precisamos, queridos colegas, ousar mais.
As promessas da democracia e da República permanecerão frutos imaturos enquanto os níveis de corrupção permanecerem elevados, enquanto o exercício do poder se desviar do benefício do povo em favor dos bolsos dos poderosos e enquanto o campo de jogo democrático estiver desnivelado em favor daqueles que desviam dinheiro para caras campanhas eleitorais.
A Lava Jato higieniza, em uma tarefa que está longe de acabar, apenas alguns dos aposentos de um imenso prédio público que tem milhares de repartições contaminadas histórica e sistematicamente com a corrupção. Sendo francos, se nada mudar, não conseguiremos limpar esse prédio todo, como Instituições, não só por falta de instrumentos adequados, não só pelas grandes proporções do prédio e reduzida dimensão de nossas equipes, não só pela dificuldade de encontrar a sujeira quando ela é bem escondida, mas porque, na medida em que limpamos alguns ambientes e avançamos para outros, os primeiros são novamente contaminados.
Precisamos ousar. Precisamos mudar as regras de convivência pública desse prédio para evitar a sua continuada contaminação. É por isso que defendemos reformas política e no sistema de justiça.
Assim, recebemos este prêmio, que coroa o êxito de uma atividade do Ministério Público, em nome e em benefício daqueles que lutam para defender a dignidade brasileira, cujo senso de justiça e confiança nas Instituições são vilipendiados pela corrupção. Recebemos este prêmio com a fé de que esses tempos de crises nos trazem uma oportunidade de ouro para mudanças e com a fé de que nós, brasileiros, nos uniremos em torno de propostas para que possamos viver, realmente, entre iguais, um governo do povo, pelo povo e para o povo. É essa fé que nos dá renovada disposição e coragem para prosseguir.”

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