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A versão britânica de The Office é o tipo de programa que muita gente ouviu falar, mas quase ninguém assistiu. Não é por menos, trata-se de uma série que teve uma breve passagem pela TV brasileira (mas por sorte está disponível em DVD) e acabou muito ofuscada pelo remake americano, estrelado até este ano por Steve Carrell.

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Quem nunca ouviu falar do seriado da NBC (que por aqui passa no FX), cuja oitava temporada estreia em setembro, não deve ter a menor ideia do que estou falando. Uma pena, pois se trata de uma das comédias mais geniais da década passada. A trama mostra as banalidades de um escritório recheado de gente normal e com um chefe sem noção – vivido pelo criador da série Ricky Gervais.

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Em 2001, quando a atração estreou na Inglaterra, seu maior diferencial (além das piadas constrangedoras) era a fotografia realista. No escritório em que é ambientado o programa está sendo gravado um documentário. Mas diferente da versão americana, os personagens têm consciência disso a ponto de verem alguns trechos do reality show que participam. Algo bem original e que antecipava a overdose do formato que invadiria a mídia nos anos que se seguiram.

O papel de Gervais, que ficou internacionalmente famoso com a série, é brilhante. Impossível sentir vergonha alheia de suas atitudes em cada um dos 13 episódios da sitcom. David Brent é um chefe egocêntrico, que se acha engraçado e é altamente intrusivo na vida dos demais personagens. Muito parecido com o Michael Scott de Carrell nos primeiros episódios da versão americana.

O humor é altamente sutil, pois a banalidade é exageradamente exaltada. Isso pode incomodar quem não estiver muito no clima do programa. Tentei assistir com algumas pessoas dois episódios me senti desconfortado. Eu ria muito e o resto da galera ficava com a cara de tédio dos personagens da série. Embaraçoso.

Comparações com a versão americana são comuns e esperadas. O importante é lembrar que são programas bem diferentes. O ritmo do The Office original é mais pesado e tem um humor muito mais constrangedor. É bem possível que, por conta disso, os ingleses tenham preferido encerrar a série após duas temporadas mantendo a qualidade e a aprovação do público. Os americanos, por sua vez, preferiram esticar a história, mesmo quando seu protagonista abandonou o seriado.

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