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Ok. Não li muitos contos pós-modernos. Mas precisava fazer o título forte o suficiente para chamar a atenção para aquilo que é, realmente, uma grande obra de arte. Aquilo que convence qualquer um de que é possível fazer grande literatura pós-moderna.

O conto se chama “Octeto”, e faz parte do livro “Breves entrevistas com homens hediondos”, de que já falei aqui nesta semana. É de David Foster Wallace. E vale muito a leitura, como já ficou claro.

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O título fala em octeto porque, em princípio, o conto deveria trazer oito histórias. O autor diz isso, no meio do conto. Mas nem todas entraram na edição final.

Por isso, o conto começa com a “Pop Quiz 4”. As três primeiras, supostamente, foram por água abaixo.

Cada “Pop quiz” apresenta uma historinha e, ao fim, uma pergunta ética cabeludíssima.

Por exemplo: narra-se a história de um casal que tem um filho. Ele, podfre de rico. Ela, não. Com o tempo, se divorciam. Ela quer a guarda do bebê. Mas a família dele diz que, se ela insistir nisso, o bebê ficará opbre: eles não darão nada de herança, nada de nada para a criança. Ela deixa o bebê com o marido para que ele possa ter dinheiro. Pop quiz: Ela é uma boa mãe?

Até que, ao fim de várias histórias do gênero, chega-se à Poo Quiz… 9. E a dúvida ética que se apresenta é a de um escritor de ficcão. E que quer compor um ciclo de pequenas peças (um octeto) que digam algo sobre a condição humana.

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E se o conto já era muito bom até então, a partir do momento em que o autor passa a falar do dilema de como falar tudo aquilo que ele quer, sobre ele, sobre você, sobre nós…

É como se ele eliminasse a distância. Parasse de conversa fiada. E dissesse: vem cá, você sabe o que eu quero com isso? Sabe, claro.

E conta das histórias que ele queria adicionar, mas que não funcionaram. E conta da difucldade de falar sobre a vida, sobre o ser humano.

Um grande escritor falando sobre a vida, sobre ficção e sobre como juntar as duas coisas. Páginas e páginas disso. Pop quiz do blog: Vale a pena ler?

É de emoldurar.

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