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Filhos e Enteados… Relacionamentos que nos ensinam…

CARREGANDO :)

Hoje, quero que saiba o quanto você é importante para mim.
Quero que saiba que desde que me aceitou caminhar ao seu lado eu também me importo com você.

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Quero que saiba que apesar de todas as tribulações que estamos vivendo eu não deixo de ver, ouvir ou sentir a sua preocupação, o seu entusiasmo e a sua alegria de viver.
Você faz a diferença na minha vida.

E todos os dias quando eu acordo peço a Deus que te abençoe e a sua família.

Eu sei e entendo que às vezes pode não parecer isto, mas creia, que do fundo do meu coração eu só desejo que você esteja bem e feliz.

Eu só desejo que você esteja em paz e faça do seu dia o melhor dia de todos.

Porque só assim eu poderei também me sentir feliz. Muito feliz.

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Receba um abraço carinhoso, cuide do seu pensamento, porque é ele quem alimenta minhas esperanças, minha fé e minhas realizações com você.
Deus te abençoe.
(Celi Anizelli, junho de 2011)

 

Conversando com meu filho…

 

08 de dezembro de 2001

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“Oi filho, você deve estar com um pouco mais de 2 kg e medindo uns 40 cm.
Às vezes sinto dores nos quadris porque nesta “idade” você já se encaixa dentro dos ossos da pelve.
Eu sei que é natural, mas penso que deve ser incômodo para você ficar de cabeça para baixo o tempo todo.

No ultrason do dia 20 de novembro seu pai e eu vimos na tela do vídeo seu rosto com as bochechas gordas, foi uma emoção!
Às vezes ele e eu ficamos como dois bobos imaginando como você será.
Com quem ficará mais parecido, se terá cabelos loiros ou ruivinhos.
Se seus olhos serão castanhos ou claros.
Qual será o seu peso e tamanho.
São tantas expectativas que só serão vencidas quando você nascer.

Hoje fui passear no shopping toda exibida com minha barriga.
Sinto orgulho de poder te carregar e te levar de um lado para outro.
Onde eu passo recebo elogios que nossa barriga está linda! Engraçado isto, não é?
Estamos muito bem e se cuido bem de mim, cuido de você também.

Seu irmão chegou ontem para passar o final de semana com a gente.
Ele adora futebol e é ótimo no gol.

Acredito que fisicamente vocês dois serão o oposto um do outro.
Gregorio tem cabelos e olhos castanhos é magrelo e comprido e está aprendendo a tocar violão.
Ele fará 10 anos ainda este mês e a única coisa que resiste são os banhos e, acredite, “esquece” de escovar os dentes.
Se não pegarmos no pé dele, daqui a pouco vai precisar usar dentadura!
Também é muito inteligente e passou em todas as matérias na escola, sem exame nenhum.
É carinhoso e preocupado conosco.
Pergunta sobre você e dá beijinhos na barriga.
Curte a nossa contagem regressiva e espera ansioso o momento da sua chegada.

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Enfim, tenho certeza que vocês serão bons amigos e terão muitas coisas para compartilhar.”

Lições que aprendi…

Gregorio veio morar conosco quando Antonio estava com seis meses de idade.
A princípio ficaria em casa por seis meses…

Hoje, aos 21 anos, cursa História na Federal e quando fez o vestibular passou em duas faculdades ocupando o primeiro lugar em uma delas e o segundo na outra.

Nunca nos deu trabalho na escola.
Aluno dedicado, prestava atenção às aulas a ponto de estudar pouco em casa quando tinha provas.

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Magro, alto, introspectivo, bom caráter e, claro, continua muito inteligente.

Aqui em casa brincamos com ele dizendo que ouvimos dele todos os dias apenas 4 palavras:
“Oi, bom dia, boa noite e tchau.”

Sai de manhã para dar aulas de inglês, à tarde vai para seu curso na Federal e à noite volta a dar aulas de inglês.
Raramente aparece em casa durante o dia e muitas vezes quando ele chega à noite eu já estou dormindo.

Por conta da minha imaturidade e tantas outras interferências no meio do nosso caminho, minha convivência com meu enteado nestes 11 anos foi bem difícil.

Acredito que tanto ele quanto eu tivemos períodos de amor e mágoas que para mim deixaram sequelas e até hoje esforço-me para curá-las.

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Quando se entra num relacionamento onde existem filhos, deveríamos receber um manual de como nos relacionar com os rebentos do casamento anterior, e outro para nos auxiliar nas questões pendentes do atual cônjuge e sua ex-mulher ou ex-marido.

Situações onde eu acreditava que estivessem resolvidas muitas vezes vinham à tona e geravam desequilíbrio, desamor, desarmonia entre mim e meu marido e em casa.

Na maioria das vezes em que vivi conflitos originados desta natureza vi-me despreparada e confusa para dar conta dos problemas levantados por esta avalanche de sentimentos, muitas vezes de mágoa, de raiva ou tristeza.
Como consequência, o mal estar instalado envolvia todos nós: a outra família que tentava se formar.

Acredito que para muitos casais tais situações de conflitos podem passar por períodos sem tréguas onde são os filhos os maiores prejudicados em meio a este “paint-ball”.
Servindo de moeda de troca, de chantagens emocionais, ameaças e exigências ridículas.

E ainda nos dizemos “adultos”.

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Enquanto não aprendi a lidar com estes conflitos, enquanto o tempo não me ensinou a elaborar meios saudáveis para estruturar meus pensamentos, a história parecia não se resolver e ficávamos, tanto eu quanto meu marido, magoados e emocionalmente exaustos.

Quando olho para trás e vejo algumas cenas, penso mais uma vez que tudo passa e só o tempo cura.

Antonio tem hoje a mesma idade que o Gregorio quando veio para nossa casa.
Apesar da diferença de idade entre eles são muito amigos, e se dão muito bem.

Em muitos dos meus silêncios de mãe coloco meu enteado no lugar do meu filho e me questiono como seria se fosse agora?

A maturidade nos tira a cegueira e o tempo nos dá a oportunidade de refazer um caminho.
Se é fácil para mim? Eu diria ainda não.
Para isto é preciso mudar minhas atitudes e por ele educar o meu amor.

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Deus te abençoe, teu anjo da guarda te proteja.