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Imagine um dia tranquilo com seu filho: sem crises, sem dificuldades. Parece um sonho, não é? E não, eu não posso dizer que lendo isso você vai alcançar esse objetivo dourado. Mas, meu interesse hoje é passar para vocês algumas técnicas que ando implementando em meu dia-a-dia com a Gabriela (autista) e com a Débora (minha filha mais nova) e que têm facilitado sobremaneira meu cotidiano. É importante lembrar que é a equipe interdisciplinar que atende seu filho/filha autista que deve sempre orientá-lo sobre como realizar as intervenções em momento crítico. Porém, as dicas que vou passar talvez possam ajudar a deixar as coisas um pouco mais “calmas”.

POTE DA CALMA: Não, não é uma fórmula mágica. Quem me dera! Mas, sim, é um pote com líquido dentro e glitter. Você mesmo pode fazer. Você vai precisar de um pote transparente com tampa, 2 colheres de sopa de cola glitter, quatro colheres de sopa de purpurina, uma gota de corante alimentar (eu gosto de usar a cor azul) e água quente. Coloque a água quente (preencha cerca de 1/3 do pote) e a cola glitter dentro do pote. Misture até a cola glitter se dissolver. Depois, coloque a purpurina e algumas gotas de corante alimentar. Feche bem – MUITO BEM – o pote (aconselho a usar cola de silicone para garantir). Tá, mas de onde vem isso? O “pote da calma” é um instrumento inspirado no método Montessori. Em tese, esse instrumento auxilia as crianças a ficarem tranquilas. O efeito do glitter chacoalhando chama as crianças para o momento presente, e as faz se concentrar no pote. É claro que não adianta o pote quando a crise já está em andamento, porque aí o cognitivo da criança já não está lá essas coisas. Mas, quando você vê alguma crise chegando, você pode usar esse recurso como um instrumento para desfocar a criança do fato gerador da crise. É como usar um instrumento reforçador. O pote original é feito com vidro, porém, eu recomendo que faça com um pote de plástico transparente para evitar que quebre, podendo até gerar ferimentos. Eu usei esse recurso quando a Gabriela tinha cerca de 4 anos até os 5 anos.

PLACAS, PLACAS POR TUDO: Passamos a utilizar placas por tudo. A criança precisa ter bastante claro o que ela pode e o que não pode fazer. Vamos pensar na seguinte situação: você estaciona seu carro preto em uma vaga, confere as placas, coloca a folha do EstaR (ou Zona Azul, dependendo de onde você estiver no país) e sai de seu carro. Quando está voltando, vê um guarda de trânsito multando seu carro e ele diz: “segundo a nova lei, carros pretos não podem estacionar em vagas como esta das 13h às 14h, e agora são 13h30min”. Você com certeza iria surtar (não? Só eu? Tudo bem, você iria educadamente discordar). Sua indignação derivaria do fato de ser repreendido, ou pior, punido por quebrar uma regra que você sequer tinha como saber que existia. O mesmo vale para os pequenos. As “leis” da criança têm que estar claras. Quer paz em casa? Então sente com sua família e decida quais são as regras. Coloque placas indicando essas regras. Mostre as placas para a criança. E não exija mais que isso, pois seria inventar uma lei na hora e fazê-la retroagir no tempo – e nem crianças nem advogados reagem bem a essas situações. Não se esqueça de colocar papel contact em suas placas, para que elas não sejam riscadas. Se possível, vale plastificar para a duração ser ainda maior.

CAMOMILA E LAVANDA PARA ACALMAR: Será que aromaterapia faz efeito? Não conheço pesquisas científicas randômicas nível 1 de comprovação científica que digam que aromaterapia teve efeito sobre crianças autistas. Mas, minha lógica é a seguinte: se usar, você deixa seu filho cheiroso e vai que ganha “de brinde” mais calma? Quem não gosta de ficar cheiroso? Dizem que a criança tem que inalar várias vezes por dia essência de camomila e o que eu faço é o seguinte: jogo chá de camomila no banho e uso essência de camomila com lavanda como perfume. É só comprar em uma loja homeopática. Na pior das hipóteses, seu filho vai ficar bem cheirosinho. Mas, atenção! É importante verificar se a criança não possui nenhuma disfunção sensorial com relação ao olfato. Crianças que têm olfato hipersensível podem ficar desesperadas com perfumes (mesmo que, para nós, pareça ser um cheiro fraquinho). Sempre é bom encontrar um terapeuta que trabalhe com integração sensorial para tirar suas dúvidas sobre se isso pode ser aplicado com seu filho. Alguns pais utilizam o óleo de Vetiver (aplicando algumas gotinhas no topo da cabeça e no pulso) para auxiliar a acabar com as crises. Esse eu nunca tentei, mas, para quem se interessar, vale a pena pesquisar o tema. Vou deixar aqui o link de um site que fala um pouco sobre isso: clique aqui. Ressalto que não li a pesquisa completa a que o site se refere, sendo apenas uma indicação para os pais que querem prosseguir a pesquisa sobre o tema saberem um caminho por onde começar.

Nunca podemos esquecer que a melhor forma de lidar com crises de seu filho autista é a orientação de profissional da área de saúde responsável pela terapia comportamental da criança. Apenas com orientação profissional conseguimos realmente lidar com a situação de forma adequada. É legal pegar dicas com outras mães e pais, mas o que vai realmente auxiliar seu filho é a orientação do profissional da área de saúde. Então “bora” encher o terapeuta de perguntas!

Quer sugerir um tema ou contar sua história? Quer partilhar como é ser autista ou sua vivência como pai/mãe de uma criança/adolescente com autismo? Vou adorar ouvir você! (contato@baptistaenascimento.com.br)

Hanna Baptista – redatora do Diário de Autista, advogada, e mãe de uma linda criança autista.

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