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No dia 12 de março comemoramos o Dia do Bibliotecário. A data homenageia o nascimento do poeta, escritor e bibliotecário Manuel Bastos Tigre e é uma excelente oportunidade para lembrarmos da importância desses profissionais na disseminação da educação midiática.

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Neste mundo conectado e repleto de informações em que vivemos, as bibliotecas e os bibliotecários surgem como uma ponte entre as novas maneiras de ler e aprender e as crianças e os jovens, apoiando-os na construção de repertório e na organização do conhecimento de forma autônoma.

É justamente por meio da curadoria de recursos e informações que os bibliotecários podem fomentar a educação midiática em seus locais de trabalho. Mais do que nunca, esses profissionais precisam ler em diversos formatos e buscar fluência digital para atuarem como mediadores de conteúdos tanto no ambiente on-line quanto no off-line.

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A seguir, veja quatro sugestões que podem contribuir para tornar os bibliotecários verdadeiros líderes da educação midiática em suas comunidades.

1.Seja um curador de recursos pedagógicos e culturais para professores e alunos 

Diante da avalanche de informações a que professores e estudantes estão expostos, é possível perceber que muito conteúdo não é sinônimo de conhecimento. Nesse sentido, o papel do bibliotecário é o de promover o desenvolvimento de critérios para seleção e articulação das informações.

Na Matriz de Referência do Enem, por exemplo, dois dos cinco eixos cognitivos que são comuns a todas as áreas de conhecimento estão relacionados ao conceito de curadoria. Enfrentar situações-problema e construir argumentação são habilidades requisitadas para o exame e é fundamental que os bibliotecários auxiliem os alunos a fortalecerem suas práticas.

2. Explore ambientes e ferramentas para ofertar serviços de disseminação de informação

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Para Ana Carolina Simionato, do Departamento de Ciências da Informação da UFSCAR, o profissional bibliotecário do século XXI deve ser capaz de planejar, recuperar e avaliar a informação em seus diferentes formatos. Uma biblioteca pode se inserir na web utilizando plataformas como os blogs, redes sociais e Wikis, dependendo de seus sistemas de gerenciamento. Tudo isso deve ocorrer de forma planejada e eficaz, para atingir o maior número de alunos possível.

O diálogo entre bibliotecário e estudantes é essencial para o sucesso de qualquer ação, incentivando crianças e jovens a aprenderem a aprender. Para isso, o profissional deve utilizar as ferramentas tecnológicas que fazem parte do dia a dia de alunos e professores. Lembrando que é preciso que as instituições invistam em recursos abertos e materiais gratuitos, oferecendo às equipes pedagógicas alternativas que elas possam usar em suas aulas.

3. Procure oportunidades de colaboração com instituições e com a comunidade que envolvam as pessoas na análise ou criação de mídias

A Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias é um belo modelo do que pode ser realizado na prática. Para atrair leitores, esses espaços promovem rodas de leitura, saraus e oficinas. Com unidades espalhadas pelo Brasil, muitas delas nas periferias das grandes cidades, as bibliotecas funcionam como um ponto de referência para as comunidades.

Nessas regiões, que não dispõem de outros equipamentos culturais, as bibliotecas possuem acervos diversificados, compostos em grande parte por doações, e são gerenciadas pelos moradores. Por isso, elas podem estar localizadas nos mais diversos espaços, como postos de saúde, campos de futebol e até cemitérios.

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O trabalho da Associação Vaga Lume na região Amazônica também é uma excelente referência. As bibliotecas comunitárias instaladas pela associação capacitam famílias e educadores como mediadores de leitura, promovem rodas de histórias e incentivam a produção de livros artesanais.

4. Reflita sobre a sua responsabilidade ao lidar com a informação

O que a educação midiática propõe é que as bibliotecas e a comunidade escolar criem oportunidades para que os estudantes reflitam sobre sua responsabilidade ao lidar com a informação, praticando a leitura crítica de mensagens e a criação de conteúdo, para participar ativamente da sociedade conectada. É preciso desenvolver o olhar crítico e os profissionais bibliotecários podem contribuir diretamente nesse processo.

A curadoria de informações é uma habilidade fundamental para vivermos com autonomia, pois está ligada ao acesso à cultura, à análise crítica de mensagens e à criatividade, que são essenciais para o desenvolvimento do conhecimento em tempos hiperconectados. Apoiar comunidades escolares nisso tudo é uma tarefa muito importante de bibliotecários e bibliotecárias.

*Texto escrito por Elisa Thobias, educomunicadora formada pela Universidade de São Paulo (USP), analista de comunicação do Instituto Palavra Aberta e colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia. 

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