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Pense comigo: o que motiva as pessoas à causa social e ao trabalho voluntário e de interesse público? O que faz com que as pessoas decidam investir parte de seu tempo para ajudar outras pessoas? O que está envolvido e em jogo nisso tudo? Não querendo ser exaustivo, a despeito das diversas respostas que poderiam ser dadas para essas perguntas, penso que algo deve ser lembrado: a correlação entre a diversidade social e o trabalho de utilidade pública.

No pouco contato que tive com o universo da educação em modalidade especial na cidade de Curitiba, fui tremendamente confrontado com um mundo e realidade completamente diferentes do meu. São perspectivas, contextos, rotinas, barreiras e possibilidades distintas. Mas mais do que isso: são pessoas muito diferentes, em diversos sentidos, que não somente o da deficiência. À luz dessa cintilante realidade, me peguei questionando: o que potencializa esse relacionamento com o diferente e o torna saudável e sinérgico?

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A priori, não querendo ser dogmático demais, uma das prerrogativas é o reconhecimento de que a diversidade, de fato, existe. Pelo nosso Princípio Constitucional de Igualdade, “dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”. Isso, para mim, significa dizer que nem todo mundo possui as capacidades e habilidades que possuo, que cada indivíduo possui sua legítima história de vida, educação e formação, e que cada pessoa enfrenta suas lutas, barreiras e limites pessoais.

Nesse ínterim, destituindo-nos de uma visão demasiadamente umbilical, devemos ver o diferente como algo positivo, ainda que nem melhor, nem pior, mas somente diferente! E nessa relação, enxergarmos a potencialidade de sinergia, de ganho para ambas as partes envolvidas, a partir da promoção de seu co-relacionamento. Eu não sei se você já se deparou com uma sala de aula e chegou ao final do expediente se perguntando: “será que, de fato, não fui eu o aluno dessa história toda? ”.

Ao invés de vermos na diversidade social uma barreira, ou enxergá-la de maneira pejorativa, proponho que essa possiblidade de intercâmbio com aquele que é diferente possa ser, para nós, uma alavanca que nos impulsione para um maior envolvimento com a educação especial e com o voluntariado. Portanto, eu te convido: se permita envolver e aprender com o próximo e com o diferente. Inegavelmente, podemos dizer que a troca de saberes, o processo de ensino-aprendizagem acontece no cenário da diversidade social.

*Artigo escrito por Anderson Vieira. Formado em Administração de Empresas pela UFPR e bacharelando em Teologia pela Faculdade Presbiteriana Fatesul. Foi voluntário em Escolas Especiais de Curitiba e hoje é colaborador da ASID Brasil (Ação Social para Igualdade das Diferenças), ONG que trabalha para aprimorar a gestão das escolas gratuitas de educação especial, resultando na abertura de vagas e melhoria da qualidade de ensino. A ASID colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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