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Há três anos, lembro-me da conversa que tive com um recém formado professor, com experiência na indústria, que resolveu fazer seu TCC sobre o uso da tecnologia como ferramenta estratégica no ensino de jovens e adultos. Recordo como se fosse hoje ele me contando que na pré-banca, os professores que o avaliaram não aprovaram o tema, pois seu projeto não tinha aplicabilidade viável ou relevância.

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Três anos depois, surge a pandemia da COVID-19 e a necessidade de um estudo à distância pôs à prova todos aqueles que resistiram ao uso de tecnologias e metodologias inovadoras!Ainda que modelos tenham surgido de forma emergencial, os que focaram na busca de soluções permitiram dar continuidade à educação, através do uso de plataformas on-line, televisão, entre outros.

A relevância e aceitação do EaD cresceu. Há pouco tempo ter aula de pós-graduação com professores estrangeiros era um investimento alto para a instituição; agora, temos especialistas de diversos países dando aulas para alunos do mundo todo e com custos acessíveis. Vimos professores criando cenários e aulas temáticas de suas casas, instituições de todo lugar abrindo cursos gratuitamente para contribuir com o tempo de qualidade em casa. E tudo isso aconteceu numa crise, em menos de um ano e teve como suporte ou principal ferramenta a tecnologia.

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Quando tudo isso passar você reflete como isso tudo vai contribuir para gerar novas experiências educacionais no futuro? Se sim, convide sua equipe para analisar o cenário atual e gerar novas possibilidades de compartilhamento e mediação. Para isso, vou me apropriar de uma ferramenta de planejamento estratégico, para provocar reflexões sobre o futuro do cenário pós-pandemia, a matriz SWOT. O acrônimo representa Strengths (Forças), Weakness (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças) e tem por objetivo observar esses aspectos para analisar um cenário ou ambiente. Coloque toda a sua equipe para pensar estrategicamente e não deixe apenas para os gestores essa tarefa, pois ouvir diferentes pontos de vista lhe trará soluções inovadoras.

Quais foram suas forças diante da crise? Olhe para tudo que é interno e reflita. Muitas instituições conseguiram buscar soluções de forma rápida e eficiente, porque tinham como força sua estrutura, uma cultura de diálogo e colaboração, entre outros. Um aspecto certamente foi fortalecido: o reconhecimento do trabalho do professor! Seus clientes reconheceram todo o valor do professor que precisou criar novas maneiras de dar aulas em casa, se ajustar ao home office, muitos com filhos em casa, pais e alunos tiveram a oportunidade de ver de forma ampla a atuação do professor e reconhecê-la. Após a pandemia, como vocês poderão fazer para que continuem sendo apreciados pelos seus clientes?

O cenário oposto também é verdadeiro, muitos tiveram que lidar com suas fraquezas, acompanhar e dar suporte para melhorar a satisfação do cliente, investir em tecnologia. E como continuar o acompanhamento de suas equipes e trabalhar suas fraquezas ainda existentes? Quais as debilidades de suas estruturas para o retorno híbrido? Como estão seus clientes, o que eles esperam e como prepará-los para o que virá? Vocês estão preocupados em aferir resultados?

A tecnologia está presente no nosso dia a dia há muito tempo, o mercado exige cada vez mais pessoas com habilidades e competências sócio emocionais, a legislação teve diversas mudanças para se adaptar ao cenário, a economia e sociedade foram impactadas, olhando para todo esse cenário, encontramos as Oportunidades e Ameaças, são externas, mas afetarão sua operação.

Por exemplo, apesar de todo esforço em buscar soluções inovadoras, o déficit de aprendizagem, para alguns grupos e até mesmo habilidades mais técnicas, será inegável, as instituições terão que se preocupar em ofertar suporte ao aluno. Muitos alunos puderam desenvolver e valorizar hábitos de estudo em casa, por outro lado, muitos outros terão passado horas na frente de telas, com sua capacidade de concentração e foco alterados. Muitos psicólogos e profissionais de saúde apontam para sintomas de ansiedade e depressão, estresse pós-traumático que crescem durante a pandemia. Infelizmente, cresce também o número de violência doméstica e abuso durante esse período.

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A educação foi um dos setores mais afetados pela pandemia e o cenário atual exige uma escola reflexiva e atuante sobre o ambiente interno e externo e seus impactos. É necessário pensar, agir e estar preparado para o enfrentamento ativo dessas e outras situações. Atender a novas necessidades do mercado, conteúdos e habilidades socioemocionais que podem ser trabalhadas em conjunto, preparar a equipe para dar e receber suporte emocional e as tendências do mundo vão exigir uma escola que prepara alunos para melhor enfrentá-lo.  O atendimento humanizado tornou-se presente no universo educacional. O UX Design pode e deve ser uma ferramenta utilizada também por educadores para melhorar a experiência do aluno. Essa e tantas outras aprendizagens adquiridas, permanecerão muito além do sistema EaD ou híbrido, mas poderão continuar no cenário pós-pandemia, dependendo de como gestores e educadores aproveitarão o momento para avaliarem e projetarem o seu cenário de atuação não se limitando a muros e lugares, mas sim a uma nova experiência educacional.

*Texto escrito por Elisa Filla, Comunicóloga, especialista em Gestão de Marketing e atuante no mercado educacional há mais de 8 anos. Atualmente, é coordenadora de Comunicação do Colégio Everest Internacional Curitiba, escola associada ao Sinepe/PR. O Sinepe/PR colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.