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A análise combinatória que aprendemos no Ensino Médio nos mostra que é possível combinar  um conjunto de elementos de inúmeras maneiras. Três bolinhas diferentes podem formar um trio e três duplas. Quatro bolinhas podem formar um quarteto, três variações de trios ou seis duplas. Quantas combinações diferentes 350 pessoas podem fazer? E toda uma cidade?

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Esse é o princípio de rede, um grupo de pessoas que estabelecem conexões dos mais diversos tipos. Só isso já viabilizaria uma série de trocas, aprendizados e potencializaria os projetos de cada um. Junta-se a isso o sonho de uma educação de qualidade em uma cidade melhor para todos. Foi assim que surgiu a Rede Curitibana para Transformação Educacional (RCTE) que atualmente reúne professores e gestores da rede pública e particular, jornalistas, criadores de startups, gestores de ONGs, estudantes, pais, mães e moradores de Curitiba, que de forma voluntária se reúnem para criar projetos de estímulo à educação integral na cidade.

Do sonho de ter o município reconhecido pela UNESCO como referência internacional pela qualidade de sua educação à transformação de espaços públicos em espaços próprios e estimulantes para as crianças, passando ainda por um mapeamento das iniciativas que compõem o ecossistema educacional da cidade; esses são alguns dos projetos que a RCTE busca promover a fim de transformar Curitiba em um grande território educativo. Para isso é preciso reconhecermos que a cidade educa, que os espaços e relações que estabelecemos nela são formativos, que a cultura está por toda parte, que são múltiplos os agentes que estimulam a transmissão cultural, o estabelecimento de vínculos e sentidos. Reconhecer que educar é mais amplo que ensinar um conteúdo específico, inclui também permitir que o corpo se movimente, que os sentimentos surjam, a arte nos encante, as amizades floresçam, a natureza nos acolha, que nos preparemos para o futuro e para os desafios e possibilidades do viver de hoje.

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O potencial educativo de uma cidade é imenso e ganha vida quando seus moradores adquirem essa compreensão e se envolvem, criam oportunidades e se mobilizam. Tornamo-nos agentes transformadores, quando também nos transformamos e nos permitimos sermos transformados por estas interações.

Conhecer a si mesmo é o grande ponto de partida e de chegada. Saber da nossa história, conhecer nossos parques, museus, ruas, prédios, rios, lendas e comidas. Conhecer nossas escolas, nossos empreendedores, nossos gestores, nossos vizinhos, nossas dificuldades e nossos sonhos. Isso é educação, para qualquer idade.

Os desafios de um projeto como este são os mesmos que a vida em sociedade nos apresenta, possibilitando que estes encontros também sejam espaços de construção de nossa própria cidadania, tendo na escuta empática, na cooperação, no senso de pertencimento e na aprendizagem mão-na-massa os fins e os meios desta rede.

Todos que querem trabalhar por estes objetivos são bem-vindos. A participação pode se dar pelo grupo do Facebook (Rede Curitibana para Transformação Educacional) e nos encontros gerais ou dos Grupos de Trabalho.

O mundo e a cidade que queremos passam por nós, pela transformação dos nossos sonhos em projetos concretos, por nossa transformação pessoal, por nossa capacidade de ação coletiva. Nossos representantes e instituições têm papel fundamental para criação e garantia dos direitos sociais, como a educação, o esporte, a cultura e a segurança; mas somos nós que fazemos a cidade, o país, o mundo. Nossa forma de nos relacionarmos com o planeta, com os outros e com nós mesmos é que cria a realidade como a conhecemos. Preservar o que nos é importante, mudar o que julgamos necessário: isso é o que podemos fazer agora e hoje, por nós e pelas próximas gerações.

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*Tathyana Gouvêa é Doutora em Inovação Educacional, pedagoga e administradora. Professora-orientadora da pós-graduação em Educação Transformadora e do MBA de Gestão Escolar da USP, coordenou a pesquisa Educação de Alma Brasileira e o livro internacional EDUshifts. Atua como consultora e pesquisadora e é integrante da Rede Curitibana para Transformação Educacional.

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