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Estratégias para melhorar a formação dos professores no Brasil
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É sabido por todos que não teremos uma transformação em nosso país se não investirmos pesado na educação. E também não teremos uma boa educação se não investirmos nos professores. Se desejamos ter bons professores em sala de aula temos que investir e avançar em muitas questões, a começar pela valorização da categoria, atratividade na carreira, melhor remuneração, entre outros aspectos.  Mas, associado a todos esses problemas, temos a questão da formação, considerada por muitos pesquisadores e estudiosos da área como um dos principais gargalos da educação brasileira.

Recentemente, publiquei neste blog um artigo em que abordei a formação dos professores, fazendo uma análise diagnóstica e destacando os problemas que temos atualmente com a formação (CLIQUE AQUI PARA VER). Hoje pretendo apresentar alguns insights ou ideias que podem ser implantadas e que poderão ajudar no enfrentamento do problema da formação. Essas ideias, estratégias e soluções são frutos de anos de estudos e pesquisas e de muitos anos de vivência, tanto em sala de aula como na gestão de instituições de educação básica e superior no sistema público e privado de ensino.

Para a educação inicial, que concerne os cursos de pedagogia e licenciatura, proponho inicialmente seis estratégias/ações:

a)        Implantar em todos os cursos um excelente programa de formação geral, visando sanar as deficiências da educação básica e dotando os alunos (futuros professores) de condições mínimas para cursar uma graduação com qualidade;

b)        Contemplar, na formação dos futuros professores, ações e atividades que aliem teoria e prática. É fundamental que o professor tenha oportunidade para desenvolver o pensamento crítico e criativo, mas não se pode descuidar das questões práticas do processo de ensino e aprendizagem. Em síntese, os cursos de formação precisam contemplar muitas horas de prática, de “mão na massa”;

c)         Discutir, apresentar soluções e integrar a formação à realidade do século 21, formando e preparando os futuros professores para lidar com novas tecnologias e inovações pedagógicas;

d) Implantar residências pedagógicas, inspiradas nos cursos de medicina, onde boa parte da formação dos professores ocorra dentro das escolas, com muita observação, prática e tutoria com professores experientes em sala de aula de educação básica.

e)        Criação de um plano de incentivos para o estudante do magistério, como bolsas, auxílio transporte, entre outros.

f)         Uma profunda reformulação dos programas adotados nos cursos de formação para privilegiar práticas que preparem de uma forma mais completa seus alunos para os desafios do dia a dia da sala de aula. Isto demandará alterações no currículo, no perfil do corpo docente, nas metodologias de ensino, na estrutura dos cursos, etc.

A segunda vertente das propostas diz respeito à educação continuada, ou seja, aos programas ofertados pelos sistemas de ensino, grupos educacionais e escolas em geral. Aqui também são seis propostas principais:

a)       Os sistemas de ensino, as mantenedoras e as escolas precisam fazer um bom diagnóstico das necessidades de formação em diferentes níveis dentro da escola. Essa avaliação precisa ser cruzada ou atrelada às novas demandas da sociedade e da formação dos educandos. Este diagnóstico, que deve ser realizado permanentemente, servirá sempre de base para a organização dos programas de formação;

b)        Desenvolvimento e oferta de um programa de formação continuada com objetivos claros, estratégias e ações articuladas com foco no enfrentamento dos reais problemas diagnosticados;

c)         Criação de um sistema de avaliação dos programas de formação continuada para corrigir erros, mudar a rota e evitar retrabalhos;

d)        Exigência do desenvolvimento de um plano de ação para cada participante dos programas de formação, com objetivos, estratégias e ações concretas e a implantação de mecanismos de avaliação, de acompanhamento e de controle sobre a prática do professor em função do plano de ação proposto;

e)        Implantação de um programa de avaliação continuada para identificar os avanços conquistados ou não com a formação, bem como para fornecer subsídios para a elaboração e reelaboração dos programas de formação.

f) Realização de um mutirão envolvendo educação e cultura, criando incentivos reais para que os professores possam ser motivados a lerem mais e terem acesso ao mundo cultural, de preferência isentando-os de taxas ou com um desconto realmente compensador.

Acredito ser este o início de um caminho rumo à transformação dos programas de formação dos nossos docentes. Claro que temos ainda muitas outras questões a serem analisadas e tratadas, mas acredito que com essas medidas avançaremos de forma significativa rumo a uma formação mais profunda, mais prática e mais adequada à realidade e às necessidades da educação contemporânea.

*Texto escrito por Renato Casagrande, presidente do Instituto Casagrande. É conferencista, palestrante, escritor, pesquisador e consultor em Educação, Gestão e Liderança no Ambiente Educacional. Também é autor de livros e artigos publicados no Brasil e no exterior. Doutorando em Educação, é mestre e bacharel em Administração e licenciado em Matemática. O profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.

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