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Mesmo com as inúmeras dificuldades de ser professor, os problemas sociais que ecoam nas salas de aula, a falta de infraestrutura e a desvalorização da classe, em toda escola existem alguns educadores que conseguem fazer um trabalho diferenciado. Eles marcam positivamente seus alunos, conseguindo transmitir os conteúdos propostos e também ensinando lições para vida. O que têm esses educadores que os torna especiais?

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Uma das características de um bom profissional é o domínio de determinados conhecimentos; portanto, para um professor de matemática, por exemplo, seria o domínio dos conteúdos de trigonometria ou geometria. Nesse contexto, conhecimento está relacionado ao domínio cognitivo, mas ser um gênio, algumas vezes com diplomas de mestrado ou doutorado, não garante ser um bom profissional. Lembra-se daquele professor que sabia muito, mas que poucos conseguiam entendê-lo?

Um bom profissional também precisa de habilidades específicas para a sua profissão. No contexto do educador é necessário, por exemplo, ter uma boa oratória, saber aplicar estratégias de aprendizagem favoráveis à transmissão dos conteúdos e saber lidar com as características da faixa etária dos seus alunos. Paulo Freire, em diversos dos seus livros, relata as habilidades de um bom professor. No entanto, conhecer intelectualmente toda a obra desse grande pensador não garante o desenvolvimento das habilidades mencionadas, pois isso necessita mais do que um saber intelectual: é saber como fazer, como colocar na prática o conhecimento.

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Mas nada adianta para o aluno ter aula com um gênio que tenha grandes habilidades didáticas se as atitudes dele forem incompatíveis com o papel do professor. Nesse aspecto, temos a intenção do profissional, que reflete os seus valores pessoais. Atitude é querer fazer. Um verdadeiro educador está interessado que seu aluno se desenvolva e se dedique para isso, de maneira que suas boas intenções transpareçam em seu tom de voz, em seu olhar e na sua motivação. Os alunos percebem, talvez até inconscientemente, esse aspecto subjetivo do bom educador e isso traz bases para relações de respeito e para a criação de um ambiente harmônico propício à aprendizagem.

Uma boa combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes geram um professor competente para a complexa arte de educar. Assim, as formações docentes precisam ir além dos aspectos intelectuais, e desenvolver o educador de uma forma integral, considerando outras inteligências, como a emocional. Embora pouco conhecidas, existem estratégias de aprendizagem eficazes para o desenvolvimento de habilidades e atitudes e vários educadores ao redor do mundo relatam os benefícios dessas formações.

Proponho a você leitor uma reflexão: como estão desenvolvidos seus conhecimentos, habilidades e atitudes? O que é necessário fazer para ampliar sua competência?

>> Este artigo foi escrito por Luciano Diniz, coordenador da pós-graduação em Educação Integral da Associação Gente de Bem.

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