Depois de muitos questionamentos e repasse de responsabilidade, hoje já é afirmação: Educação é a base da sociedade. E quando pensamos em uma sociedade plenamente sustentável, os investimentos em educação são também agenda urgente.
Mas será que basta colocar dinheiro no sistema para que nossa educação se desenvolva?
Essas são reflexões naturais quando vemos notícias tal qual o investimento público direto em Educação Básica. Fala-se na meta sofrida dos 5% do PIB, da utopia dos 10%. Ou então, quando se vê a deflagradora diferença entre o investimento na Educação Superior e na Básica, temos a sensação de que a disparidade socioeconômica brasileira é ainda agravada.
Segundo Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), “isso [a diferença de investimento] causa uma distorção muito grande porque, no Brasil, a maioria dos estudantes que entra no ensino superior público é de famílias de classe média-alta e alta, que tiveram condições de estudar em escolas privadas e fazer cursinho.
O governo está gastando muito com pessoas que teriam condições de pagar e pouco com crianças que estão na escola pública e que são as que mais precisam de investimentos para melhorar sua formação e competir em condições de igualdade com famílias mais ricas. Essa é uma situação que, ao meu ver, é bastante injusta.”
É evidente que precisamos aplicar recursos financeiros diretos em Educação, e que essa é uma meta importante. Mas para investir em Educação no Brasil, precisamos agregar uma série de ações conjunturais que englobem todas as falhas do sistema educacional – problemas que vão de desde gestão desses recursos à formação de professores e nível socioeconômico de alunos.
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