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Principalmente porque esquecemos de formar novos jogadores. Onde estão nossos centros de treinamento? As escolas? Ora, faça-me o favor. Os campos de várzea eram muito melhores. Professores? Com esses salários, quem consegue ser indivíduo, quanto mais cidadão? Com esses currículos cheios de informações e vazios de conhecimentos, quem pode esperar um pouco de sabedoria?

Isto é: não formamos novos jogadores e nossos técnicos também são muito fraquinhos. É lógico que aqui e ali temos um milagre, mas é pouca chuva para esse chão esturricado. Para ganhar a Copa, ou pelo menos fazer bonito, precisamos de mais, muito mais.

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O pior é que tivemos tanto tempo para a preparação. 30 anos! Sim, há trinta anos já podemos colocar nosso time em campo, gritar nosso hino, propor nossa tática, escalar nossos jogadores.

Mas os bons jogadores, aqueles que sabiam tocar a bola, que viam a jogada lá na frente, que tinham a paciência para esperar o melhor momento, que respeitavam o adversário, que não decepcionavam a torcida, sem jogo feio, sem catimba, sem cai – cai, esses foram ficando velhos e muitos morrendo. E quase não há quem os substituía.

O que vemos são times sem amor à camisa, sem história de clube, sem projeto de futuro, mas apenas a gana de um bom negócio, de uma grana do patrocinador ou da verba da televisão. Ou então times com o olhar no passado, querendo a volta dos velhos campeonatos, dos mata-mata , se é que você me entende.

O que temos hoje são jogadores sem formação e sem talento, forçando a barra, empurrados por empresários espertos e gananciosos, aproveitando um factoide aqui, um discurso fabricado ali, e tentando uma vaga em um time grande nos seus quinze minutos de fama. Ou gente que nem jogar joga, mas que leva gente pros estádios, que na verdade faz o jogo dos cartolas de sempre ao invés de fazer o jogo para os torcedores, do presente e futuro.

Por isso a Copa da democracia está em perigo. Pensamos nos estádios formosos e esquecemos da fundamental importância da solidez dos alicerces. Tivemos tempo mas estamos sempre com pressa e atrasados. Deixamos em segundo plano o que seria a garantia de vitória: formar cidadãos para escolher governantes. Agora temos o que temos. Só nos resta a torcida, insana e desesperada. Vai Brasil, vai, vai que dá… Ou podemos fazer mais do que isso?

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