Cena de "Subspecies - Geração Vamp".| Foto:
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Nunca estive lá, mas dizem que a Romênia é a terra dos vampiros. O caso começou no século XV, com o princípe Vlad Tepes empalando muçulmanos. A história inspirou Bram Stoker, 400 anos depois, na criação de Drácula. O sotaque romeno de Bela Lugosi sepultou a ideia de que, no país, vivem monstros e aldeões apavorados.

O problema é que poucos filmes de horror americanos são verdadeiramente ambientados na Romênia, então não chegamos a formar uma imagem real do país – com ou sem vampiros (estou tentando puxar pela memória, mas acho que realmente não conheço obras romenas do gênero). O mais próximo disso é algo parecido com os cenários da animação Hotel Transilvânia (2012).

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É aí que entra Charles Band.

Assim nasce Subspecies – A Geração Vamp (1991), primeiro filme de uma quintologia que acompanha a saga de Radu Vladislas (Anders Hove), uma espécie de Nosferatu que mata o pai e se alimenta do sangue de uma pedra. Ele surge na telinha acompanhado de pequenos demônios em stop motion, de longe os elementos visuais mais interessantes da obra.

O original começa quando um grupo de amigas viaja para uma aldeia romena, pois uma delas estuda as crenças e os rituais locais. A trama se mistura com a do ambicioso Radu, que decide transformar o trio em vampiras. O que o impede é seu irmão, que é meio-humano.

Não vi os outros quatro filmes ainda, mas o retrato da Romênia não é exatamente um diferencial no primeiro. Com a intenção de criar suas versões de Drácula, Band e Nicolaou apostam em vários clichês do gênero, ignorando o potencial visual da própria Romênia. Há castelos, camponeses e construções centenárias, mas elas nunca são apropriadas pela produção. É como se a história pudesse se passar em qualquer lugar.

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Não estava esperando um tour romeno, mas queria ver grandes tomadas da cidade, com relances do lugar que imaginamos ser impossível andar a noite sem cruzes e alhos. Subspecies – A Geração Vamp usa a região como um falso diferencial, um elemento de exploração, como a nudez ou a violência gráfica gerada por efeitos visuais baratos. Uma pena.