| Foto:

Trabalho físico acompanhado por um personal trainer ajuda a direcionar os exercícios e a maximizar os resultados

CARREGANDO :)

A planilha repleta de exercícios pensados sob medida foi a principal responsável pelos 40 kg a menos que o analista de sistemas Emerson Carara ostenta na balança. Dois anos depois de ser surpreendido pelo enfarte do irmão, o agora triatleta mudou de vida. Deixou a rotina sedentária no passado e procurou atividade física como forma de tentar reverter a genética. Foi no exercício direcionado por um personal trainer, porém, que ele teve os resultados mais incisivos na atual vida esportiva.

Publicidade

“Eu tinha pressão alta, estava com colesterol e o médico disse que eu estava indo pelo mesmo caminho do meu irmão”, lembra Carara. A decisão de prevenir um ataque cardíaco animou o analista a procurar os trabalhos de um personal há dez meses.

Condicionado, o desafio de começar a cuidar da saúde do corpo já ganhou novas missões: em 2014, ele quer enfrentar os mais de 42 km de corrida, 180 km de ciclismo e 3,8 km de natação do Ironman — prova mais tradicional do triatlo mundial. “Quando você treina sozinho, não sai da zona de conforto. Eu não teria conseguido esse nível sem ele [personal]”, confirma.

Se o treino direcionado representa, para muitos, a chance de alcançar o alto nível, pode ser também a salvação para quem não suporta a ideia de acordar cedo e enfrentar sozinho o roteiro de treinamentos ou ir à academia após um dia inteiro de trabalho. Conhecedor dos limites físicos — e até psicológicos — de cada aluno, o personal age tanto como treinador quanto como motivador de quem não anda com disposição para enfrentar a malhação solitária. “O personal trainer faz um trabalho muito específico, acaba entrando na intimidade de cada aluno, e quando você põe foco a qualidade do trabalho fica melhor”, argumenta o educador físico e personal trainer Fabiano Barbosa.

Para espantar a insegurança dos primeiros dias de malhação, a melhor forma de dar ânimo é pelo exemplo. No início de cada trabalho, Barbosa gosta de citar casos em que os alunos conseguiram vencer a batalha contra o sedentarismo. “Conto casos de alunos que não corriam 3 km no começo e depois disputaram maratonas” explica.

Para o personal, a parceria quase diária com os alunos faz com que a prática do esporte ultrapasse a barreira dos treinamentos, dando lugar à amizade. É o caso do advogado Adriano Rebello, aluno de Barbosa há três anos. No currículo esportivo com mais de 40 provas, a preparação para a segunda disputa do Ironman virou prioridade. “O legal é que ele percebe quando eu estou desmotivado e me chama, me motiva”, explica Rebello. “Na academia você é mais um”, completa.

Publicidade

Outro ponto positivo é a cobrança do profissional por resultados. Adepta da atividade física direcionada pelo personal há mais de quatro anos, a consultora de viagens Adenil Vasconcelos é do tipo que gosta de manter a forma, mas não consegue escapar das armadilhas da preguiça. “Tenho preguiça de ir à academia e, com o personal, não falto. É um incentivo a mais, porque ele orienta e a gente não tem dores após a musculação”, avalia.

Barbosa explica que, mesmo que o efeito do exercício seja acelerado quando o treinamento é direcionado, nem todo mundo sente necessidade de direcionar os exercícios. “Se a pessoa gosta de estar na academia com outras pessoas, é porque ela talvez não precise do personal”, comenta.

Finanças
Preço ainda é entrave para apoio extra

Um dos entraves para conseguir ter os próprios exercícios direcionados por um personal trainer ainda é o preço cobrado pelos profissionais de educação física. Como o trabalho é bastante específico e varia de aluno para aluno, o investimento ainda é grande.

Em Curitiba, a média de custo por hora de trabalho do personal é de R$ 70. O valor não é regulado pelo Conselho Regional de Educação Física, mas definido pelo próprio professor. Para a consultora de viagens Adenil Vasconcelos, o custo das aulas direcionadas combinados à academia compensa pelos bons resultados. “Eu tenho isso como ninvestimento em mim, não é gasto a mais. O que eu gastaria em remédio quando ficasse mais velha, gasto agora prevenindo”, analisa ela, que não abre mão da ajuda extra nos exercícios.

Publicidade