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O ódio do Irã e seus aliados contra Israel tem raízes na Revolução Islâmica de 1979, que instaurou um regime fundamentalista com uma postura de hostilidade explícita contra Israel, considerado uma ameaça existencial à sua visão teocrática e à hegemonia islamita regional. Essa inimizade é alimentada por uma ideologia que prega a destruição do Estado judeu, como expresso por líderes iranianos que veem Israel como um obstáculo à sua influência no Oriente Médio. Para implementar essa agenda, o Irã utilizou aliados como o Hezbollah, o Hamas e os houthis, fornecendo armas, treinamento e financiamento para fazer “guerra por procuração” contra Israel, evitando confrontos diretos.
Em 7 de outubro de 2023, um dos aliados do Irã, o Hamas, grupo terrorista baseado em Gaza, lançou um ataque sem precedentes contra Israel, matando cerca de 1,2 mil pessoas e sequestrando 251 reféns. Desde então, Israel respondeu com operações militares em múltiplas frentes, enfrentando não apenas o Hamas, mas também o Hezbollah, os houthis e, mais recentemente, o Irã. O programa nuclear iraniano, que tinha capacidade para desenvolver armas nucleares, amplificou essa ameaça. Críticos ocidentais têm afirmado que “não há conquistas nesta guerra”, mas os ganhos estratégicos de Israel demonstram o contrário.
O contra-ataque de Israel na luta com o Hamas (7 de outubro de 2023 a 11 de junho de 2025)
Após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, Israel lançou a Operação Espadas de Ferro em Gaza, seguida pela Operação Flechas do Norte, iniciada em 23 de setembro de 2024 contra o Hezbollah no Líbano e na Síria, além de realizar ataques aéreos contra os houthis no Iêmen, enfraquecendo significativamente o chamado “Eixo da Resistência” liderado pelo Irã. Israel teve uma série de ganhos militares nesse período.
Durante a trégua de novembro de 2023, 80 reféns israelenses e binacionais foram libertados, além de 25 estrangeiros, em troca de 240 prisioneiros palestinos. Até junho de 2025, cerca de 80% dos reféns capturados em 7 de outubro de 2023 foram libertados por meio de negociações e operações militares.
Críticos ocidentais têm afirmado que “não há conquistas nesta guerra”, mas os ganhos estratégicos de Israel demonstram o contrário
O lançamento de foguetes do Hamas contra Israel caiu mais de 99%, devido à destruição de sua infraestrutura militar no norte e sul de Gaza. Atualmente, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão concretando os túneis que os terroristas do Hamas construíram no subsolo de Gaza. Essa medida também serve para estabilizar o terreno para a fase de reconstrução que começará após a eliminação dos terroristas.
Cerca de 20 mil membros do Hamas foram neutralizados, incluindo líderes como Ismail Haniyeh (em julho de 2024), eliminado em uma casa de hóspedes presidencial em Teerã, e Yahya Sinwar (em outubro de 2024). Em 16 de maio de 2025 foi iniciada a Operação Carros de Gideão, que visa ocupar toda a Faixa de Gaza. Envolve ataques aéreos e terrestres, com o objetivo de terminar de neutralizar infraestruturas e a capacidade militar do Hamas.
Israel eliminou milhares de terroristas do Hezbollah no Líbano, incluindo seu líder Hassan Nasrallah, destruindo 80% de suas capacidades operacionais. O ataque dos pagers, ocorrido em setembro de 2024, uma operação do Mossad que usou dispositivos de comunicação sabotados para detonar explosivos contra membros do Hezbollah, demonstrou sofisticação tecnológica e impacto estratégico, ao desestabilizar a liderança e a logística do grupo, que reduziu significativamente seus ataques contra Israel.
Israel teve outras vitórias nesses fronts: as IDF assumiram o controle do Monte Hermon e do sul da Síria, enfraquecendo as capacidades do exército sírio; as milícias iraquianas alinhadas ao Irã abandonaram sua participação direta no conflito contra Israel; e os houthis enfrentam ataques aéreos e navais intensos, limitando sua capacidade de lançar mísseis contra Israel.
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Esses avanços militares consolidaram a segurança de Israel contra ameaças regionais, reduzindo a capacidade operacional dos aliados do Irã e preparando o terreno para a operação direta contra o regime iraniano.
O devastador ataque contra o Irã (12 de junho de 2025)
Em 12 de junho de 2025, as IDF lançaram a Operação Leão Ascendente, uma ofensiva militar de grande escala contra alvos estratégicos no Irã, com foco em seu programa nuclear e lideranças militares. A operação foi motivada pela percepção de que o Irã estava próximo de cruzar o limiar nuclear, representando uma ameaça à própria existência de Israel. Até o presente momento:
As IDF atingiram a principal instalação de enriquecimento de urânio em Natanz, a cerca de 225 km de Teerã, danificando significativamente a capacidade do Irã de produzir material nuclear para armas. Embora a instalação de Fordow, mais protegida, não tenha ainda sido destruída, os ataques afetaram seriamente o programa nuclear iraniano;
As IDF neutralizaram figuras-chave das forças armadas iranianas, incluindo Hossein Salami (chefe da Guarda Revolucionária), Mohammad Bagheri (chefe do Estado-Maior das Forças Armadas), Gholam Ali Rashid (ex-vice-chefe do Estado-Maior) e pelo menos nove cientistas nucleares, entre eles Fereydoon Abbasi (ex-chefe da agência nuclear iraniana). Essas mortes representaram um golpe devastador à elite militar e científica do Irã;
Com a destruição de suas capacidades nucleares, a perda de lideranças militares e científicas e o enfraquecimento de seus aliados, o Irã está perdendo grande parte de sua influência no Oriente Médio
Grande parte das defesas aéreas iranianas foi desmantelada, expondo a vulnerabilidade do regime do aiatolá Khamenei. Há imagens de aeronaves e helicópteros iranianos sendo destruídos em terra. Em menos de 72 horas de operações, as IDF alcançaram o domínio aéreo absoluto sobre o Irã, incluindo a sua capital, Teerã. As aeronaves israelenses operam sem o risco de enfrentar grandes ameaças, destruindo livremente objetivos táticos e estratégicos.
Sanções ocidentais intensificadas e os danos causados pelos ataques das IDF levaram a economia iraniana a uma crise histórica, enfraquecendo ainda mais o regime islamita. Há filmagens de moradores de Teerã abandonando a capital e filas imensas de carros em postos de abastecimento de combustível.
Com a destruição de suas capacidades nucleares, a perda de lideranças militares e científicas e o enfraquecimento de seus aliados, o Irã está perdendo grande parte de sua influência no Oriente Médio. A queda do regime de Bashar al-Assad na Síria e a retirada de milícias iraquianas do conflito intensificam esse declínio.
Apesar da retaliação iraniana, lançando centenas de mísseis balísticos e drones, a maioria foi interceptada pelos sistemas de defesa das IDF, com danos limitados em Israel – 24 mortos, 708 feridos, destruição parcial de prédios em Tel Aviv e Haifa. Na quarta-feira, um drone Hermes 900 das IDF foi abatido sobre Isfahan.
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Reza Pahlavi, príncipe imperial do Irã e herdeiro de jure do trono, afirmou que os ataques de Israel enfraqueceram o regime do Irã, agora em seu ponto mais frágil. Ele defende uma mudança de regime e convocou a população iraniana a atos de resistência, como greves, para derrubar o governo de Khamenei.
A operação das IDF evidenciou a superioridade militar do país e sua capacidade de executar ataques precisos em território hostil. Em contraste, o Irã enfrenta crescentes dificuldades para articular uma resposta eficaz, com uma redução contínua no número de mísseis lançados contra Israel. Essa campanha aérea das IDF pode ser considerada uma das mais notáveis da história, superando em eficácia as operações norte-americanas Rolling Thunder (1965-1968) e Linebacker I e II (1972) durante a Guerra do Vietnã. Além disso, os resultados alcançados aproximam-se, ou até mesmo rivalizam, com a precisão e impacto da campanha aliada na Operação Tempestade do Deserto (1991).
A importância de Israel e dos judeus para os cristãos
Do ponto de vista cristão, o apoio a Israel é uma questão de fé, baseada na Escritura Sagrada. Essa verdade tem sido reconhecida em documentos católicos e protestantes, como o Catecismo da Igreja Católica, a Confissão de Fé Escocesa, o Catecismo Maior de Westminster, a Declaração de Fé e Ordem de Savoy e os Dez Pontos de Seelisberg. Esses documentos pressupõem ou confessam que as Escrituras destacam o papel único de Israel no plano redentor de Deus, e que os cristãos são chamados a orar e apoiar o povo judeu. Alguns trechos da Escritura podem ser de ajuda.
O profeta Zacarias declarou no fim do século 6.º a.C., após o cativeiro babilônico: “Eis que farei de Jerusalém um copo que fará cambalear todos os povos em redor... uma pedra pesada para todos os povos” (12,2-3). E prometeu: “Naquele dia, procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém” (12,9). Essa passagem afirma a proteção divina sobre Israel, e que as nações que se opõem a Jerusalém enfrentarão o julgamento divino. Cristãos devem guardar essa promessa no coração, apoiando Israel contra seus inimigos.
As profecias de Zacarias, Jesus e Paulo apontam para a restauração de Israel como precursor do retorno triunfante do Messias Jesus
O profeta também previu o retorno triunfante do Messias: “Então, sairá o Senhor e pelejará contra essas nações... Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras” (Zc 14,3-4). Este evento ocorrerá em Jerusalém, destacando a centralidade da santa cidade no plano escatológico. Apoiar Israel é preparar o caminho para o cumprimento dessas profecias.
Jesus declarou, em meados de 30 d.C.: “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21,24), apontando para um tempo determinado em que o domínio gentílico sobre Israel cessaria. O retorno dos judeus à sua terra e sua independência, em 1948, e a reunificação de Jerusalém, em junho de 1967, são vistos como cumprimento direto dessa profecia. Isso confirma que, para o Salvador, Israel permanece no centro da história da redenção, e que os eventos modernos marcam o avanço do propósito profético rumo à restauração final.
Paulo descreveu em Romanos 9–11, em meados de 55 d.C., o papel contínuo de Israel na redenção. Ele perguntou: “Acaso rejeitou Deus ao seu povo? De modo nenhum!” (Rm 11,1). E ele também afirmou: “Um endurecimento veio sobre uma parte de Israel, até que a plenitude dos gentios tenha entrado; e, assim, todo o Israel será salvo” (Rm 11,25-26). Isso indica que a salvação dos gentios está ligada à restauração de Israel, e que os “dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11,29).
Os cristãos devem honrar os judeus e apoiá-los como o povo da aliança porque a Escritura promete: “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gn 12,3). Apoiar Israel é um ato de obediência que atrai bênçãos divinas. Além disso, os cristãos receberam a Escritura e a salvação através do povo judeu, o que deve inspirar nos crentes gentios gratidão e apoio a Israel. E, como alguém escreveu, “na Trindade há um homem. E este homem é judeu”. Portanto, somos salvos pela fé no sacrifício expiatório do Deus-homem judeu; e somos batizados na morte e ressurreição do Salvador judeu; e, na santa ceia, a Igreja é alimentada com o sangue e o corpo do Messias judeu.
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O Estado de Israel desempenha um papel único na preservação de locais sagrados e descobertas arqueológicas que fundamentam a fé cristã. Lugares como o Monte do Templo, o Jardim do Getsêmani e o Mar da Galileia são protegidos e mantidos acessíveis por Israel. Descobertas arqueológicas, como os Manuscritos do Mar Morto, a inscrição de Pôncio Pilatos e as ruínas de Cesareia, confirmam a historicidade da Escritura e fortalecem a fé cristã. Israel investe em escavações e na conservação desses sítios, garantindo que cristãos de todo o mundo possam se conectar com as raízes de sua fé. Apoiar Israel é apoiar a proteção desses tesouros espirituais.
Por fim, as profecias de Zacarias, Jesus e Paulo apontam para a restauração de Israel como precursor do retorno triunfante do Messias Jesus. Apoiar Israel é participar do plano redentor do único Deus criador. Para o teólogo reformado suíço Karl Barth, “a criação do Estado de Israel, em 1948, era uma ‘parábola secular’, um símbolo da ressurreição e do reino de Deus”. E a existência dos judeus no estado de Israel seria “um sinal da graça eletiva de Deus para Israel”, a única prova natural da fidelidade de Deus à sua aliança. E, por fim, se existe uma prova natural da existência de Deus, este seria “o Estado de Israel”. Assim, em um mundo com crescente hostilidade aos judeus, apoiar Israel é um testemunho cristão contra o ódio, refletindo o amor fiel e eletivo de Deus.
Conclusão
Desde o ataque de outubro de 2023, Israel alcançou vitórias significativas, neutralizando o Hamas, o Hezbollah e os houthis, culminando na Operação Leão Ascendente, contra o Irã. Esses esforços são essenciais para proteger a soberania e a segurança de Israel, são parte de uma guerra pela sobrevivência do Estado judeu diante de um inimigo que combina retórica genocida com ações concretas para exterminar os judeus.
Há 13 anos, Douglas Murray, autor de A estranha morte da Europa: imigração, identidade, Islã, A loucura das massas: gênero, raça e identidade e A guerra contra o Ocidente, disse que, quando Israel bombardeasse o Irã por causa de um futuro arsenal nuclear, todos os países árabes e ocidentais condenariam Israel e depois iriam para casa e agradeceriam a Deus em segredo pelo fato de os israelenses terem feito isso. É exatamente o que está acontecendo na atualidade. Mas, para os cristãos, esses eventos no Oriente Médio reforçam a relevância profética de Israel, conforme prometido por Zacarias, Jesus e Paulo. Apoiar Israel é um chamado a reconhecer as promessas do único Deus ao povo eleito, e os cristãos são convidados a orar e agir em favor do povo judeu, reconhecendo seu papel na redenção da humanidade.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




