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Nada é mais fascinante no mundo da tecnologia que a computação na medicina
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Quando falamos da importância da computação na medicina, imediatamente pensamos nos exames médicos, cada vez mais informatizados e sofisticados, ou então nos apps de saúde para smartphones e wearables — os relógios e pulseiras inteligentes que monitoram nosso corpo ao longo do dia. Já há aparelhos de glicemia, pressão e até oftalmológicos que se conectam a smartphones, que podem enviar no mesmo instante seus dados para que o médico possa avaliar remotamente.

Mas isso é apenas a ponta do iceberg; é o que estamos vendo com grande destaque na mídia. Em países como EUA, Alemanha e Israel já há várias iniciativas sofisticadas que envolvem diagnósticos e tratamento super precisos, a nível molecular, de diversas enfermidades; terapias de edição genética (como o badalado CRISPR), síntese de medicamentos biológicos de última geração, e até sequenciamento genético das bactérias que habitam nosso corpo. Pois hoje se sabe que muitas enfermidades alérgicas e autoimunes tem relação bem íntima com um desequilíbrio nas bactérias que estão principalmente em nosso intestino!

O pesquisador Eric Topol, que tem livros publicados na área de computação na medicina, diz que a adesão em massa de smartphones e wearables para monitoramento médico fará com que as pessoas tenham maior domínio sobre seu prontuário de saúde e tomem mais decisões com relação a terapias a serem buscadas.

No Brasil, ainda estamos muito incipientes na computação em saúde se comparados ao resto do mundo. Mas já há várias iniciativas ṕrincipalmente na área de epidemiologia, onde se usa a ciência de dados para traçar a incidência de doenças e o índice de mortalidade. A Fiocruz, por exermplo, é nossa referência.

Contudo, no meu entender, a maior dificuldade aqui no Brasil é integrar profissionais de áreas tão distintas, como medicina, biomedicina, farmácia, odontologia e ciências biológicas, com matemática, física e ciência da computação. Nosso mercado está carente de estatísticos com formação em saúde.

Uma alternativa é criar, já na graduação, cursos com viés interdisciplinar, como engenharia biomédica e informática biomédica, que formaria profissionais já aptos a dialogar tanto na área de biológicas quanto na de exatas. Em vários países, esse tipo de profissional já é procurado a peso de ouro. Na área de informática biomédica, por exemplo, já há 3 cursos de graduação: em Curitiba, Porto Alegre e Ribeirão Preto. No nosso país ainda se pensa muito quadradinho, com foco nas carreiras tradicionais. É o tipo de coisa que ainda precisa de um tempo para amadurecer. Por enquanto é bom informarmos aos jovens que esse campo de trabalho é muito promissor e que vale a pena correr atrás, caso se deseje ser um profissional requisitado.

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