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A Agenda 2030 para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
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ODS 6: Água Potável e Saneamento

 

Todos ficaram inseguros com a greve dos caminhoneiros, que gerou forte impacto na rede de distribuição de bens e insumos no Brasil. Sem combustível, tudo para. Mas essa não foi nossa maior crise, apesar de seus impactos que ainda vão longe. Muito mais importante que combustíveis fósseis, a água limpa e acessível para todos já é o grande desafio para a humanidade.

Em Curitiba, uma cidade considerada modelo, a paisagem poderia ser a abertura de um filme sobre famílias, crianças e a natureza: um pequeno riacho correndo entre as casas e margeando um campo. Patinhos nadam em suas águas e as crianças brincam na margem. A vida parece correr suavemente.

Mas a realidade é outra, bem diferente. Do Bosque de Portugal banhado pelo Rio Tarumã, no Jardim Social, até a Vila Icaraí, antiga área de invasão no Uberaba, nossas águas estão completamente contaminadas pelo esgoto. Nossos rios e córregos urbanos desaguam no sistema que forma o Rio Iguaçu. As bacias hídricas de Curitiba e Região Metropolitana estão completamente contaminadas e poluídas, tornando o Iguaçu um dos rios mais poluídos do Brasil.

 

Multas não são suficientes

No estado do Paraná, conforme divulgado pela imprensa em março, a poluição virou caso de polícia e foi investigada durante cinco anos. A Operação Água Grande, da Polícia Federal (PF), deflagrada em 2012, chegou a prender sete pessoas. Quarenta funcionários da Sanepar chegaram a ser indiciados por crimes ambientais. Ironicamente, a empresa era uma das maiores poluidoras da rede hidrográfica do Iguaçu, devolvendo boa parte de esgoto não tratado aos rios.

A PF e técnicos do Ibama concluíram que a Sanepar era responsável. A reação da empresa foi buscar um acordo com o Ibama, onde se comprometeu a investir R$ 1 bilhão, nos próximos cinco anos, em obras de saneamento e recuperação do Rio Iguaçu.

Não importa o nível de educação formal do morador do Jardim Social ou da Vila Icaraí: a cultura de se livrar de resíduos jogando por cima do muro, ou na beira de estradas, ou dentro dos próprios cursos d’água com ligações clandestinas ou lixo direto, precisa ser enfrentada. A Sanepar, sozinha, não vai conseguir despoluir o Rio Iguaçu em cinco anos.

 

A sociedade civil é corresponsável

O Terceiro Setor, através da rede de organizações da sociedade civil – OSCs precisa entrar nesta briga, apoiando inciativas de governos e empresas. A educação ambiental como estratégia de combate à pobreza precisa ser assumida como agenda diária pelas OSCs. A sociedade precisa enfrentar a crise da água como uma mudança cultural. Projetos e parcerias precisam ser firmados globalmente para atingir o Objetivo 6, assegurando a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos. Para isso, as seguintes metas se constituem excelentes oportunidades de projetos para as OSC:

6.1 Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos;

6.2 Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade;

6.3 Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente;

6.4 Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água;

6.5 Até 2030, implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis, inclusive via cooperação transfronteiriça, conforme apropriado;

6.6 Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos;

6.a Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio à capacitação para os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e saneamento, incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reuso;

6.b Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do saneamento.

O que eu posso fazer?

A mudança de mentalidade é um desafio individual e possível. Cada pessoa deve se enxergar como diretamente responsável pelos problemas e também pelas soluções. Cuide de seu lixo. Combata o despejo de resíduos no meio ambiente. Fortaleça a educação ambiental. Eduque seus filhos. Desenvolva projetos de sustentabilidade socioambiental. Racionalize seu consumo. Colete a água da chuva. Reaproveite o que for possível. Invista em tecnologias ambientalmente amigáveis.

Faça sua parte, todos vão agradecer!

 

*Artigo escrito por Gustavo Adolpho Leal Brandão, consultor especializado pela UFRJ para o Terceiro Setor, Certificado pelo PMD PRO – Project Management for Development, Empresário, Consultor da UNA, Coach e Consultor em Compliance pela Mentoris Ltda.

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