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(Foto: Zig Koch)
(Foto: Zig Koch)| Foto:
(Foto: Zig Koch)

(Foto: Zig Koch)

Por meio do censo anual realizado no litoral do Paraná e litoral sul de São Paulo, é possível saber se a população de papagaios-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) está se reproduzindo e conseguindo se manter na região apesar das ainda existentes ameaças à espécie, como roubo de filhotes e pressão imobiliária.

Para que essa contagem – realizada pelo Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) – se concretize, é necessário o esforço de uma equipe de mais de 50 pessoas, a maioria voluntárias, e apoio financeiro para que os custos das contagens sejam cobertos. A equipe do Projeto, com apoio de moradores da região, estudantes, pesquisadores e amigos do projeto são os responsáveis por fazer o censo acontecer todo ano.

A fim de arrecadar o valor necessário para a realização do 13º Censo anual do Paraná e do 3º de São Paulo, que acontece nos dias 29, 30 e 31 de maio deste ano, a SPVS promove a campanha de financiamento coletivo “Censo 2015 – Papagaio-de-cara-roxa”. O objetivo é arrecadar pouco mais de 13 mil reais até o dia 22 de maio. Para cada valor doado, o projeto vai oferecer uma recompensa, como canecas personalizadas, livros sobre a história do papagaio, fotos tiradas pelo fotógrafo de natureza Zig Koch e até dar a oportunidade de que os colaboradores acompanhem o censo, com custos de viagem inclusos.

O projeto existe desde 1998 e, em 2013, passou por uma grande expansão, que foi a extensão do trabalho de monitoramento para além do litoral paranaense, acompanhando também os indivíduos do litoral sul paulista. Esse crescimento na pesquisa é o principal fator para que o projeto careça de mais recursos. “Fazer as contagens é um desafio, pois temos que organizar uma grande equipe de voluntários, que se deslocam por terra e mar desde Guaratuba até Itanhaém para fazer as contagens simultâneas”, relata a coordenadora do projeto, a bióloga Elenise Sipinski.

O censo populacional é a contagem de todos os indivíduos que se deslocam para os dormitórios coletivos localizados no litoral do Paraná e no litoral sul de São Paulo. As contagens acontecem ao amanhecer, quando os papagaios saem dos dormitórios para buscar alimento, e ao entardecer, quando voltam para descansar. O censo é feito simultaneamente em São Paulo e Paraná, onde as equipes são posicionadas em pontos estratégicos. São feitas quatro contagens em cada um dos dormitórios.

Os interessados podem colaborar no projeto de financiamento coletivo: http://comecaki.com.br/projetos/212/censo-2015-papagaio-de-cara-roxa .

Resultados

A conclusão do projeto, ao analisar os resultados de 12 anos de censo, é de que a população de papagaios no Paraná não está crescendo, e sim se mantendo, o que mostra o resultado positivo do trabalho de conservação das áreas em que o animal vive. Em 2014, foram registrados 5.959 indivíduos – a população total atual de papagaios-de-cara-roxa é de cerca de 6.700 indivíduos – em seis dormitórios do Paraná: Guaratuba, Ilha Rasa da Cotinga, Ilha Rasa, Ariri, Ilha do Pinheiro e Ilha do Mel. As duas últimas apresentaram as maiores concentrações da espécie.

No censo de 2014, realizado no litoral paulista, foram contados 1.492 indivíduos em sete dormitórios, localizados ao sul da Ilha Comprida, Cananéia, Ilha do Cardoso e Itanhaém.

Sobre o projeto

O Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa trabalha desde 1998 no litoral do Paraná, principalmente em Guaraqueçaba, com o objetivo de conhecer e proteger o papagaio-de-cara-roxa e a floresta. Além disso, busca sensibilizar e apoiar os moradores da região, por meio de ações de educação para conservação, incentivo a iniciativas que geram alternativas de renda e contratação de residentes para auxílio nas ações do projeto.

No final de 2014, o papagaio-de-cara-roxa saiu da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente. Sua situação passou de “vulnerável” para “quase ameaçada”. A saída da lista reflete a força do trabalho realizado com a espécie, mas também mostra que as atividades devem continuar.

*Artigo escrito pela equipe da ONG Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, parceira do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.

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