(Meninas assistidas pela Associação Irmão Sol Irmã Lua / Foto: Instituto Legado)| Foto:

 

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A grande beleza da vida está no movimento. Podemos ver a beleza do movimento das águas, seja num rio ou nas ondas do mar. Podemos reparar na beleza do vento agitando as folhas das árvores. O movimento dos animais, uns mais rápidos, outros lentos e ainda os lânguidos, como considero os bichos preguiça. Mas o movimento mais lindo para mim é o do ser humano, pois nele encontramos o movimento inteligente.

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As constantes mudanças pelas quais passam a nossa sociedade, em termos de valores, de descobertas tecnológicas, de forma de encarar a vida, do que seja engraçado ou triste, faz com que eu hoje veja tudo com mais otimismo a cada dia, apesar de parecer que devêssemos sentir desânimo. Explico.

Quando eu era menina, adolescente, nós éramos criados dentro de preceitos muito claros de que para sermos felizes deveríamos estudar muito, arranjar um bom emprego, casar bem, ter filhos, ter uma casa, um carro, jantar fora e viajar para o exterior ao menos uma vez por ano. Tudo muito claro. Siga a lista e você será feliz. Pois bem, segui a lista, estava feliz, mas não estava completa. Primeira lição: felicidade não é sinônimo de completude. A vida era boa, mas qual o sentido daquilo tudo? Então, aos 35 anos eu tinha tudo isso. E agora? Com a previsão de vivermos até os 80 – 90 (pois no pacote feliz vem o acesso à saúde), passaria os próximos 50 anos sem desafio. Pensamento horrível para seres inteligentes em movimento.

E foi assim que percebi, junto com James (meu companheiro maravilhoso de jornada) que deveria ter muito mais por aí e que nossos pais não conheciam. E saímos em busca de um sentido maior para os próximos, prováveis chatos e estagnados, 50 anos de vida.

Assim encontramos Rodrigo Britto e Liziane Silva, que nos apresentaram ao mundo mais fantástico, terrivelmente movimentado, cheio de desafios e sem nenhuma garantia de felicidade eterna: o mundo do Empreendedorismo Social.

Começamos com o Projeto Legado, cuja finalidade é capacitar ONGs e, na sequência, criamos o Instituto Legado, que, além de manter o Projeto Legado, ainda criou o primeiro curso de Pós-Graduação em Empreendedorismo e Negócios Sociais do Sul do Brasil, em parceria com a FAE Business School e, em breve, teremos a inauguração do primeiro Social Working do Paraná, um modelo de Coworking para entidades de cunho social.

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Além desses projetos, tenho também um grande sonho realizado: a Associação Irmão Sol Irmã Lua, uma casa no São Brás, que inauguramos esse ano para atender meninas de seis a dez anos dando condições de acesso à educação lúdica, a criar, a sonhar.

Elas têm aula de ballet, artes, bordado, culinária, horta, inglês, meditação, enfim, aquilo que não aprendemos na escola formal, mas que nos completa por dentro. Começamos em março com 12 meninas e estamos com inscrições abertas para mais 12 para o ano que vem, quando teremos, então, 24 meninas em movimento, nos mostrando o quanto a vida é cheia de surpresas, cheia de ideias novas, cheia de amor.

Assim, hoje posso dizer que nossos próximos 50 anos, ao contrário do constatado há 15 anos, não serão de estagnação, mas de tanto movimento e de tanta novidade que espero viver mais do que a previsão para aproveitar cada minuto.

Trocar a egoísta felicidade fictícia e óbvia pela incerteza e pelo eterno movimento em busca de valores maiores do que nós mesmos é o que aprendo a cada dia com os Empreendedores Sociais maravilhosos e que, infelizmente, a nossa sociedade, na sua maioria, desconhece. Faço um convite a todos que tenham interesse em muito movimento para que se sintam à vontade para nos visitar no Instituto Legado ou na Associação, pois há trabalho para todos. Venham conhecer esse outro lado da felicidade.

*Artigo escrito por Glaucia Marins, advogada e empreendedora social, idealizadora e cofundadora do Instituto Legado de Empreendedorismo Social e fundadora da Associação Irmão Sol Irmã Lua. O Instituto Legado é parceiro do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.

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