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Nos últimos anos, diversas regiões do Brasil sofreram com crises no abastecimento de água. As recentes crises hídricas do Semiárido brasileiro; do Distrito Federal; do Sistema Cantareira, em São Paulo; e do Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, não chegaram ao Paraná, que desde 2006 não vive um grande racionamento e acaba de encerrar um dos trimestres mais chuvosos de sua história, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

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O abastecimento de casas e da indústria com água limpa está diretamente ligado às áreas de vegetação nativa, que não só protegem as nascentes, como são fundamentais na manutenção desses cursos d’água em seu caminho até as cidades. No Paraná, as quatro principais barragens, responsáveis pela captação de 30% da água consumida, ficam na Região Metropolitana de Curitiba. Com diversas áreas às margens de rios e córregos apoiadas em seus 18 anos de atuação, o Programa Condomínio da Biodiversidade (ConBio) mapeia e apoia a proteção de áreas naturais dessa região, incentivando a criação de Unidades de Conservação públicas e privadas em áreas urbanas e periurbanas.

Essas áreas são fundamentais para diminuir a vulnerabilidade e aumentar a resiliência das cidades frente às mudanças climáticas. A segurança climática e hídrica está diretamente relacionada com a presença de áreas naturais bem conservadas. Florestas saudáveis são também fundamentais para que as cidades sejam capazes de se prevenir contra enchentes, deslizamentos e outros desastres naturais, além de contribuírem para a recuperação dos ecossistemas após esses eventos extremos. As florestas são agentes essenciais em todo o ciclo hídrico, atuando na regulação das chuvas e na proteção dos rios e reservatórios subterrâneos.

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Aliadas a um saneamento eficiente, ações de restauração e conservação de áreas naturais no entorno de corpos d’água podem garantir segurança hídrica às cidades, para superar as crises de abastecimento, que já atingem diversas cidades pelo mundo, como São Paulo, Brasília, Fortaleza, Cidade do México, Amã, Cidade do Cabo e Melbourne.

 

*Artigo escrito pela equipe da OSC Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, parceira do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.

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