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Falar teoricamente sobre sustentabilidade é sempre mais fácil pois não nos falta teoria, agora falar de políticas públicas para a sustentabilidade, programas, projetos e boas práticas ainda nos falta esta cultura. O propósito deste artigo é relatar algumas lições aprendidas no projeto Vila Sustentável, executado pelo Núcleo de Pesquisa do Instituto Municipal de Administração Pública (IMAP), autarquia vinculada à Prefeitura Municipal de Curitiba.

Este projeto continua em fase de implementação na Regional Cajuru e tem como um dos principais objetivos envolver e engajar a comunidade nos processos de recuperação e conservação dos espaços públicos como praças e outros. Desde sua concepção até os processos de implementação, o projeto envolve técnicos de diversas secretarias da municipalidade, lideranças locais e a própria comunidade. À medida que os espaços de diálogo foram criados e fortalecidos, as lideranças locais e a comunidade foram compreendendo não por meio de discursos e exortações, mas por meio de ações que transformam em atos a cidadania e a sustentabilidade.

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O projeto Vila Sustentável foi saindo do papel não por vontade exclusiva do poder público apenas, mas pela sensibilidade da comunidade em cuidar da praça como um bem comum, um bem de todos. A sensibilidade da comunidade do Cajuru em relação ao bem comum não emergiu de forma espontânea, mas foi construída a partir de diversas iniciativas realizadas em uma das praças da comunidade. Foram eventos ocorridos durante algumas tardes de domingo. Nestes eventos houve apresentações de grafiteiros, rappers e outros artistas locais que aproveitaram as oportunidades para mostrar seus talentos e suas expressões artísticas. Houve momentos para plantio coletivo de árvores e flores, com o compromisso de que a própria comunidade assumiria a responsabilidade sobre os cuidados em relação às árvores e flores plantadas.

Enfim, foram diversos momentos em que “cidadania e sustentabilidade” deixaram de ser apenas conceitos abstratos e se tornaram possibilidades objetivas de fortalecimento do tecido social de uma comunidade que, tal como muitas de Curitiba, Região Metropolitana e Brasil, precisa de pouco apoio para tornar visível seu potencial de participação e, por consequência, de ser sustentável.

A principal mensagem que este projeto nos revela é que há uma correlação positiva entre o trato do cidadão como um sujeito de direitos e a sustentabilidade. No mundo das corporações não parece ser diferente, pois, do ponto de vista interno, sempre que o funcionário é tratado como um sujeito de direitos, sua postura tende à sustentabilidade. E na perspectiva externa, o raciocínio é similar. Sempre que a comunidade que serve de entorno às corporações é tratada como sujeito coletivo de direitos, suas respostas tendem a legitimar as ações e posturas das corporações dando com isto materialidade à sustentabilidade.

Este círculo virtuoso é o que caracteriza o binômio “cidadania e sustentabilidade” como faces de um mesmo projeto social, orientado não apenas para as gerações presentes, muito menos para o curto prazo, mas para o bem-estar das futuras gerações sem sacrifícios injustificados das gerações presentes.

*Artigo escrito por José Edmilson de Souza Lima, representante do Unicuritiba no Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.

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