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Tentações consumistas: Made in China
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A invasão de produtos chineses no Brasil, e no mundo, é crescente. Se você é um consumidor consciente, que procura comprar produtos de qualidade, que tenham selos de certificação, de procedência e destinação correta, talvez ainda consiga fugir dessas tentações. Mas, quando o dinheiro está curto e você encontra um produto muito parecido com aquele que você quer comprar, mas com um preço que pode ser 80% menor, é difícil resistir à tentação.

Mais difícil ainda é conseguir entender como roupas, eletrônicos e bugigangas atravessam o oceano e chegam aqui baratinhos para competir com os produtos brasileiros. E ainda mais, porque algumas grandes empresas brasileiras ‘precisaram’ transferiram suas linhas de produção para a China para poderem baixar o preço de seus produtos e se manterem competitivas no mercado externo (o que grandes marcas americanas fazem a mais de uma década).

A mão de obra farta e barata e o capitalismo de estado dão condições para que economia chinesa cresça exponencialmente, mas, aos poucos, essas condições podem mudar. Nos últimos meses os trabalhadores chineses desencadearam uma onda de protestos, greves e outras pressões que paralisam fábricas de equipamentos mecânicos e eletrônicos para exigir melhores condições de trabalho e de vida.

Uma dessas fábricas, a Foxconn, que produz equipamentos para empresas como Apple, Dell e Hewlett-Packard, foi parar nas páginas dos jornais na última semana porque nove de seus trabalhadores cometeram suicídio. Em empresas como essa, os trabalhadores não só exercem suas funções, como comem, dormem e têm até seus relacionamentos interpessoais ‘monitorados’.

O governo Chinês começa a dar apoio à melhoria da remuneração e das condições de trabalho no país, com aumentos de 10 a 30%, os salários médios mensais dos operários agora giram em torno de 300 dólares mensais.

As pequenas, mas significativas, conquistas dos chineses por melhores condições de trabalho (para não dizer menos piores) podem, aos poucos, refletir no aumento do preço e da qualidade dos produtos deles que chegam aqui. Mas enquanto isso, como os consumidores deste lado do mundo podem ajudar a inverter essa lógica que sacrifica trabalhadores em nome do consumo desenfreado?

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