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De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nenhum Estado da Federação atingiu a meta no Ensino Médio e cinco Estados apresentaram redução no valor do Ideb 2017.

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Segundo o estudo “Um Olhar sobre a Educação” divulgado recentemente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o Brasil é um dos países com o maior número de Pessoas sem diploma do Ensino Médio tendo mais da metade dos adultos com idade entre 25 e 64 anos sem atingir este nível de formação o que corresponde a mais que o dobro da correspondente média da OCDE.

Conforme mostram os dados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2018 três de cada dez Jovens e Adultos Brasileiros de 15 a 64 anos no Brasil são considerados analfabetos (absolutos ou funcionais). Deste total 8% são analfabetos absolutos e outros 21% são analfabetos funcionais; situação esta estagnada há dez anos. Estamos no TOP DEZ dos países com o maior número de analfabetos do mundo.

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Em conformidade com os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 sete de cada dez Estudantes Brasileiros do Ensino Médio têm nível insuficiente em Português e em Matemática significando, por exemplo, que em Português a maioria dos Estudantes Brasileiros não consegue localizar informações explícitas em textos simples e que em Matemática a maioria dos Estudantes Brasileiros não é capaz de resolver problemas com as quatro operações fundamentais.

As misérias precedentemente enfatizadas são algumas de muitas outras que estão ano após ano comprometendo um futuro melhor para os nossos filhos e nos envergonhando no cenário internacional quando o tema é Educação de Qualidade. Em quaisquer rankings internacionais comparativos sobre Educação o Brasil sempre se mostra inferiorizado com péssimos resultados e parece pretender disputar sempre as últimas posições.

Relembre-se, por exemplo, os baixos resultados do Brasil obtidos seguidamente no Pisa (Programa de Avaliação Internacional de Estudantes) da OCDE o qual constitui, possivelmente, o principal Programa Internacional de Avaliação Comparada do mundo.

Aplicado desde 2000 e a cada três anos a Estudantes na faixa dos 15 anos que tenham concluído a escolaridade básica obrigatória o Pisa tem por principal objetivo medir o conhecimento e a habilidade dos Estudantes em Matemática, Ciências e Leitura para produzir indicadores que permitam avaliar a qualidade da Educação de forma a possibilitar a instauração de políticas de melhoria constante do Ensino necessário para a formação adequada dos Jovens Cidadãos que atuarão profissionalmente no mundo em futuro próximo.

Desde a primeira edição do Pisa o nosso Brasil se mantém nas últimas colocações. Quando da primeira avaliação o Brasil ficou em último lugar. 32 países participaram daquela avaliação. Todavia, edição após edição, o desempenho do Brasil sempre foi ruim. Com o passar dos anos o número de países avaliados foi aumentando, mas o Brasil permaneceu nas últimas posições. O mesmo Brasil que se mantém como TOP DEZ na economia mundial sempre se classifica nas últimas posições nas seguidas edições do Pisa.

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Quinze anos se passaram e na edição de 2015 do Pisa, com 72 países avaliados, o Brasil em pouco mudou quanto à qualidade da Educação uma vez que continuou nas últimas posições. Quase a metade dos Estudantes Brasileiros ficou abaixo do nível de aprendizagem considerado adequado em Leitura, Matemática e Ciências.

O Brasil ficou em 63º lugar em Ciências, 59º lugar em Leitura e 66º lugar em Matemática; resultados que colocam o Brasil muito aquém dos Países desenvolvidos e atrás de inúmeros Países em desenvolvimento. No geral o Brasil ficou entre os dez piores países na avaliação do Pisa 2015.

No Pisa 2015, em Ciências os Estudantes Brasileiros atingiram apenas o nível 1 de proficiência quando o nível 6 é estabelecido como o de alta performance; 2 em cada 3 Estudantes Brasileiros ficaram abaixo da linha básica de proficiência em Matemática; e, em Leitura mais da metade dos Estudantes Brasileiros foram classificados abaixo do nível 2.

Em Ciências, no Pisa 2015, o Brasil obteve 401 pontos. O primeiro lugar atingiu 556 pontos e a média mundial da OCDE foi de 493 pontos. Correspondente resultado demonstra que os Estudantes Brasileiros são capazes de aplicar o pouco que sabem apenas a limitadas situações de seu cotidiano e não conseguem apresentar explicações científicas mesmo que as mesmas estejam explícitas nas evidências. Apenas 1% dos Estudantes Brasileiros atingiram os dois níveis mais avançados. 95 % dos Estudantes Brasileiros classificaram-se nos três níveis mais baixos de conhecimento.

Em Leitura 535 pontos foram obtidos pelo primeiro lugar no Pisa 2015 sendo a média da OCDE de 493 pontos. O Brasil obteve apenas 407 pontos. Os resultados do Brasil em Leitura mostram que os Estudantes Brasileiros não conseguem integrar, interpretar ou deduzir informações em textos que vão além dos triviais. Os Estudantes Brasileiros só conseguem perceber informações explícitas ou que sejam facilmente inferidas, não sendo capazes de estabelecer relações entre as partes do texto, não conseguindo compreender ou interpretar nuances da linguagem.

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Já em Matemática na edição de 2015 do Pisa nosso Brasil obteve apenas 377 pontos enquanto a média mundial da OCDE foi de 490; nos deixando muito, muito, longe dos 564 pontos do primeiro lugar. Segundo o Pisa 2015 no Brasil os Estudantes Brasileiros são capazes apenas de extrair informações relevantes de uma única fonte, não conseguem resolver problemas nos quais as quatro operações algébricas se apresentam ao mesmo tempo, não sendo capazes de interpretar problemas que exigem apenas deduções diretas da informação dada e não entendem percentuais, frações ou gráficos. Embora triste, nossos Jovens são analfabetos em Matemática.

Como observado o Pisa ocorre de três em três. E assim, são sempre esperados que com base nos indicadores obtidos na última edição seja promovida ampla discussão sobre a qualidade da Educação avaliada naquela edição para que sejam instauradas políticas de melhoria constante do Ensino; que constitui, a propósito, o grande objetivo do Pisa. Assim, todos os Países participantes devem trabalhar para sempre melhorar seus resultados nas próximas edições do Pisa.

De 2 até 30 de maio de 2018 já foram realizadas em nosso País as avaliações do Pisa 2018 para Estudantes nascidos em 2002 e matriculados a partir do sétimo ano do Ensino Fundamental. Cerca de 13 mil Estudantes Brasileiros de 661 Escolas Brasileiras selecionadas realizaram as avaliações que foram aplicadas em mais de 80 países em todo o mundo.

A avaliação do Pisa 2018 foi virtual, sendo o foco desta edição a área de Leitura; que apresentou um maior número de questões. Pela primeira vez, também, os Pais dos Estudantes selecionados foram chamados a responder um questionário. Mas, a divulgação dos dados do Pisa 2018 ocorrerá apenas em 2019.

Poderíamos ficar esperançosos que nossos Jovens Estudantes quebrassem em 2018 a sequência de péssimos resultados obtidos nas edições anteriores do Pisa e passassem a ocupar melhores posições. Todavia, evidências já dão conta que a normalidade se manterá e estaremos novamente nas últimas posições, não sendo necessário aguardar 2019 para sabermos em que ponta das tabelas de resultados estaremos no Pisa 2018.

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Informações prévias já evidenciam que os Estudantes Brasileiros não apenas demonstraram insuficiente rendimento não acertando as correspondentes questões das provas do Pisa 2018 como, também, que a maioria não conseguiu sequer concluir as mesmas. Diversos Estudantes não entenderam o que foi solicitado e muitos outros apresentaram dificuldades aumentadas para compreender os enunciados e assim deixaram de responder diversas questões.

Como a edição do Pisa 2018 foi realizada totalmente em computador, foi possível avaliar o tempo que os Estudantes utilizaram para a realização das provas. Surpreendentemente, ficou demonstrado que 61% dos Estudantes Brasileiros não conseguiram chegar até a última questão da primeira parte da prova; situação está que já nos coloca em grande desvantagem e comprometerá os resultados.

Pelo considerado no último parágrafo e tomando-se aquelas notícias inicialmente consideradas neste texto fica claro que mais uma vez a “lição de casa” não foi realizada adequadamente no Brasil quando o tema em estudo a ser avaliado é Educação de Qualidade.

Entretanto, a péssima qualidade do Brasil em Educação chama a responsabilidade de todos, exigindo imediatas e intensificadas providências. Necessitamos com urgência somarmos forças para reverter a correspondente realidade da Educação em nossa Nação a qual tem nos tornado vulneráveis, nos acorrenta no subdesenvolvimento e rouba o futuro melhor de nossos Jovens.

Mais uma vez, então, é chamado um Projeto de Estado com Políticas Públicas eficientes para resolvermos os gravíssimos problemas que temos em Educação. É urgente melhorarmos a Educação Formal em nosso Brasil para podermos garantir um futuro melhor para os nossos Jovens Brasileiros. Uma Nação soberana tem na Educação de qualidade sua mais intensa força e seu melhor aliado.

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* Artigo escrito por Carlos Magno Corrêa Dias, Professor, Pesquisador, Extensionista, Gestor, Escritor, Conselheiro do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, Coordenador do Núcleo de Instituições de Ensino Superior e Conselheiro do CPCE do Sistema Fiep, Editor-Chefe da Revista Entelechia Logicae, Editor-Chefe da Revista Systemata Cogitandi, Coordenador (Líder) do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC/CNPq) e Coordenador (Líder) do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI/CNPq). O Professor Carlos Magno Corrêa Dias é colaborador voluntário do Blog Giro Sustentável.

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