Donizete em ação, pilotando a grelha.| Foto:

Gente ferida e assustada, um governador, digamos assim, desonesto, muita sujeira espalhada, incluíndo cápsulas de escopeta e de invólucros de bombas molhados pela chuva do começo da noite. No meio daquele final de confusão, encontrei um amigo indignado com, entre outras coisas, a pipoca a R$ 5: “até o pipoqueiro metendo a mão na gente!”.

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De fato, pipoca a cincão é preço de cinema gourmet, mas os pipoqueiros, movidos pelas obscuras  (ao menos pra mim) leis de oferta e demanda, aproveitavam para arrecadar um qualquer a mais de quem estivesse no esgano por um saco de pipoca.

Quando me preparava para ir embora, topei com Donizete, o Rei do Espetinho, que, alheio às pressões econômicas do momento, vendia espetinhos de carne, linguiça, frango e coração a R$ 2. Fiquei sem jeito de perguntar se ele não ia se aproveitar pra faturar um a mais no meio do bafafá.

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Em vez disso, mandei um “você esteve aqui todos os dias?”. Ao que ele, sem entender direito a pergunta, me explicou que só ia para o Centro Cívico em dia de greve.

Pedi um de frango, paguei e tomei rumo.

Num dia com tantas coisas ruins, o tempero do Rei do Espetinho estava bom.

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