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O São Francisco é um restaurante daqueles que quase não existem mais.

Casa de cardápio relativamente extenso, mas cujo forte é o prato do dia, comida simples, mas caprichada, saborosa, substancial. Do tipo, talvez em Curitiba só sobrevivam ele e o Imperial, outro clássico da Baixa Gastronomia (tantos outros já se foram, mas o que sempre me vem à mente é o Rio Branco, que deu lugar a um insosso bufê a quilo).

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Ontem, quarta-feira, era dia, claro, de feijoada. E feijoada o São Francisco (“O mais antigo da cidade, único com fogão à lenha”, como diz a placa à entrada) sabe fazer como poucos. Talvez, como ninguém. E com todos os pertences que uma feijoada deve ter – aí incluídos pé, rabo e orelha de porco.

Lá fomos nós. Como em bom pico da Baixa, chegando encontramos alguns amigos (uns já devidamente alimentados, outro chegando), e a mesa ficou cheia.

Além da boa comida (o fígado, às quintas, e o puchero, às sextas, são imperdíveis), o São Francisco é um lugar cheio de histórias.

É muito frequentado por radialistas esportivos e ex-jogadores de futebol (principalmente do Coritiba, time do coração de seu Valentim, boa praça descendente de espanhóis e comandante da casa).

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A velha guarda costuma se reunir no salão dos fundos, ao lado do balcão. Ali, é fácil ouvir histórias de outros tempos do futebol paranaense e de uma Curitiba que está em extinção.

Capitão Hidalgo, que marcou época no Coritiba dos anos 1970, conta, numa coluna de jornal (orgulhosamente exibida numa das paredes do restaurante), que ele, Krüger e outros bambas costumavam ir ao São Francisco para tomar uma cerveja pós-treino.

Pegava mal, claro. Então o Valentim fechava um dos salões pra proteger os boleiros de olhares curiosos. E a turma se esbaldava. Naqueles salões já vi, também, radialista esportivo entrar ao vivo, pelo celular, bife entre os dentes, falando como se estivesse à beira do gramado onde o time treinava.

Se você nunca foi, não perca tempo (até porque já é quase sábado, dia de feijoada…). E atente para uma curiosidade, bem observada pelo Guilherme – o restaurante é o único prédio da rua fora do gabarito da rua – talvez por ser dos mais antigos ali, o prédio “invade” a calçada, que naquele ponto da Rua São Francisco é mais estreita.

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Claro, se costuma ir e tem boas histórias do lugar, divida aqui conosco.

No mapa:

“Um dos mais antigos da cidade, e o único com forno à lenha, segundo a placa. Aqui o lance é o prato do dia. A feijoada é a provavelmente a melhor da cidade, e tem tudo que deve ter – rabo, pé e orelha, inclusive. Às quintas, prove o fígado à portuguesa. Às sextas, tem puchero, tradicional prato espanhol – seu Valentim, dono do São Francisco, é filho de espanhóis.”

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Serviço

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Rua São Francisco, 154, Centro, (41) 3224-8745.

Aceita cartões.

Segunda a sábado, das 10:30 às 15:30 e das 17:30 às 22:30

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Veja a localização no mapa da Baixa Gastronomia.

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