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FOTO: Luiz Gustavo Leme (www.flickr.com/luizgustavoleme)
FOTO: Luiz Gustavo Leme (www.flickr.com/luizgustavoleme)| Foto:
FOTO: Luiz Gustavo Leme (www.flickr.com/luizgustavoleme)

FOTO: Luiz Gustavo Leme (www.flickr.com/luizgustavoleme)

Este aqui nunca pretendeu ser um blog de crítica gastronômica, longe disso. Nunca fingimos ter conhecimento suficiente para discorrer a respeito de apresentações de pratos ou de minúcias gourmet. E é por esse motivo, entre outros, que sempre preferimos malhar mazelas como a especulação imobiliária ou modismos jecas.

Mas hoje é dia de abrir uma exceção. Dia de lamentarmos a morte de um boteco.

Começando pelo começo: nosso plano era comer alguma coisa, sem muito compromisso, antes de ir assistir Iguaçu x Combate. Para escolher um lugar, recorremos ao Mapa da Baixa Gastronomia, que já nos salvara a vida tantas vezes. A chuva caiu assim que chegamos ao boteco, que chamarei, por pudor, de Boteco X, e arruinou a segunda parte do plano. Mas tudo bem, estávamos abrigados da chuva e num dos botecos mais tradicionais da cidade. O que poderia dar errado?

A primeira coisa a dar errado foi um bucho à milanesa pedido pela amiga que nos acompanhava, com sabor e textura de carpete Tabacow. Mas tudo bem, bucho tem lá suas mumunhas, é uma dessas carnes difíceis mesmo de preparar. Tropeço perdoável.

Enquanto esperávamos uma porção de lambari, pedi um bolinho de carne. Na hora que veio, parecia um bolinho normal, casquinha seca, queimadinho do jeito certo, etc. Mas foi só morder e cravar 2×0 no placar. Estava intragável, molenga, meio frio. Parecia uma coisa esponjosa que alguém tinha largado na frigideira por engano.

Talvez por dever de ofício, ou por não acreditar que um local como aquele pudesse servir um bolinho tão ruim, comi o bolinho todo.

Ok, bola pra frente – para continuar com os jargões futebolísticos. Mandamos descer dois rollmops de anchova, que pareciam ter saudades da sua salmoura original: 3×0. Então, já partíamos para um desastre digno de Atlético e Coritiba nesta rodada do Brasileirão.

Chegando o lambari, a gente já estava mais nervoso do que a zaga do Santos naquele 8×0 pro Barcelona. Mas, para nossa surpresa, o lambari estava passável o que, dadas as condições, configurava gol nosso e, quem sabe, um esboço de reação: 3×1.

Mas aí veio a conta: R$ 116,00.

Cento.

E.

Dezesseis.

Reais.

Nem a porção de fritas incluída na jornada serviu pra amenizar o sentimento de derrota arrasadora. Porque, convenhamos, se o lugar não acerta nem batata frita chamemos logo os tratores para demolir, arrasar e, só pra garantir, salgar o solo maldito.

4×1, para sacramentar a goleada e fechar o caixão.

(Atualização: a quem está preocupado em não cair em armadilhas digo apenas “siga o mapa… siga o mapa”. Pode não parecer, mas ele é mantido e atualizado com carinho, com lugares sendo adicionados e – se for o caso – retirados do mapa.)

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