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Guilherme Macalossi

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Eleição

Os governadores oposicionistas querem mesmo anistia?

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Ex-presidente Jair Bolsonaro discursou para milhares de pessoas na Avenida Paulista neste domingo (6) em ato pró-anistia. (Foto: EFE/Isaac Fontana)

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É bom os bolsonaristas abrirem bem seus olhos. Há uma movimentação política protagonizada por governadores supostamente pró-anistia. Eles estavam presentes no ato da Avenida Paulista do último dia 6 convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Risonhos, vestiam verde e amarelo e elevaram o tom contra o Supremo Tribunal Federal.

Seguiram à risca o script necessário para serem bem recebidos pelo público presente (significativamente superior ao ato flopado em Copacabana). E é isso que eles desejavam já que precisam fixar pontes com um eleitorado que buscará uma alternativa a Lula na próxima disputa presidencial.

Neste momento, o servilismo e a genuflexão política servem aos que pretendem se beneficiar da benção do ex-presidente quando este fatalmente designar um sucessor. E daí vale tudo

Os governadores oposicionistas acabaram sendo os únicos verdadeiramente bem-sucedidos no evento. Bolsonaro continuará inelegível, e a chance de o projeto de anistia passar no Congresso é muito pequena, ainda mais depois dos ataques feitos por Silas Malafaia e outros líderes do movimento a Hugo Motta, o novo presidente da Câmara dos Deputados. Quem capitalizou ali foram os coadjuvantes de luxo.

Neste momento, o servilismo e a genuflexão política servem aos que pretendem se beneficiar da benção do ex-presidente quando este fatalmente designar um sucessor. E daí vale tudo. Romeu Zema, que nem do PL é, já chegou a dizer que o ex-presidente é “o maior líder da oposição ao governo do PT”, e que espera que a “justiça seja feita e que ele recupere seus direitos políticos”.

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Será mesmo que Zema e demais que estavam na manifestação desejam isso? Como todos podem pleitear pré-candidatura em 2026, alguns até com evento já realizado, ganhariam mais com Bolsonaro inelegível e recebendo dele o apoio para se tornarem competitivos. Acima de tudo, é um jogo de aparências.

“Não há direita. Existe bolsonarismo”, disse certa feita o filósofo Olavo de Carvalho. Tinha razão, ainda que muitos tenham lhe virado a cara por isso. Em uma coluna no jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista Carlos Andrezza definiu o ex-presidente como o “grande eleitor”. A manifestação de domingo sacramentou que o caminho da direita política na próxima eleição presidencial passa por ele, mesmo que permaneça inelegível. É o jogo que está sendo jogado. Os governadores que se fizeram presentes na Paulista até gritam pela anistia, mas desejam mesmo é que as coisas continuem como estão.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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