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É difícil para um jornalista, é um crime, confessar preguiça. Muito mais em uma semana eleitoral decisiva, com o destino do país sendo gestado muito rápido. Pois é: ao acompanhar a mídia política destes dias, especialmente a mais popular, a espontânea ou simulada de espontaneidade das redes sociais, assumi certa preguiça. Ou certo asco, ainda não identifiquei bem. Ou os dois.

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O nível anda baixíssimo. Podre, mesmo. Vergonhoso, mesmo para uma jovem democracia. O melhor exemplo, do lado dos críticos de Dilma Rousseff, é uma matéria publicada em um site espúrio e repostada no Facebook dando conta de que a candidata do PT é lésbica e que haveria abandonado uma companheira de muitos anos. A própria “companheira”, aliás, é quem entrega o jogo.

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O autor da matéria foca claramente o eleitorado mais conservador e escandalizável, deixando de lado quaisquer considerações respeitantes à mais remota veracidade do fato; mesmo, de fato, que a história fosse confirmada, ela simplesmente transita por uma esfera privada, personalíssima, que não diz respeito a ninguém, senão ao seu próprio sujeito. De quebra, o dito escriba ainda engrossa o coro preconceituoso das erínias de plantão contra os homossexuais. Saco de vômito.

Do lado de Aécio, a acusação é clássica: ele é apontado como usuário contumaz de cocaína. O mesmo vício que foi imputado a outros candidatos relativamente jovens e do sexo masculino na história política recente do país. É político, de meia idade, herdeiro de uma elite política? Então, necessariamente, é um playboy “cheirador”. Se for pobre, é “pinguço”, porque pobre não tem dinheiro para drogas mais “elevadas”.

O tamanho do problema, nas redes sociais, pode ser visto na infinidade de comentários que pipocam a cada postagem infame. De quem se escandalizou e partiu para os impropérios (ou para acusações de mesmo calibre direcionadas ao outro contendor) ou de quem endossa o fato e acrescenta alguns tentáculos ao kraken.

Em síntese:

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E, principalmente, pare de brincar com a democracia.