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Ciclista de 71 anos morre na Linha Verde, em Curitiba
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Reprodução
Trecho da Linha Verde, em Curitiba, onde um ciclista de 71 anos morreu na manhã de hoje.

A Linha Verde, em Curitiba, foi tingida com o sangue de mais um ciclista na manhã de hoje. A colisão foi entre duas motos e uma bicicleta, na altura da avenida Santa Bernadete, no bairro Fanny. O ciclista Homero Garcia de Almeida, de 71 anos, morreu na hora.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um dos motociclistas fugiu do local sem prestar socorro à vítima. O segundo motociclista permaneceu na Linha Verde até a chegada do resgate e da PRF.

A tragédia se repete exatamente uma semana após a morte de cinco ciclistas e três dias após uma Bicicletada Nacional, que mobilizou milhares de pessoas que pediram paz no trânsito em 40 cidades brasileiras.

Reprodução/AndySinger.com

Nessa madrugada, em Santa Catarina, um ciclista morreu atropelado, durante um racha na cidade de Campos Novos. Os dois motoristas que faziam a disputa estavam embriagados.

Do Rio de Janeiro, chega a informação de que um SUV invadiu a ciclovia no Aterro do Flamengo, deixando cinco feridos. Dois foram hospitalizados, um em estado grave.

Também na manhã de hoje, próximo ao local em que a ciclista Juliana Dias morreu atropelada há uma semana, na Avenida Paulista, um motorista ultrapassou um ciclista sem respeitar a distância de 1,5 metro, prevista no artigo 201 do CTB, e gritou: “Sentiu o vento?”

Não, não sentimos o vento. Sentimos o impacto da brutalidade. Sentimos na pele a insegurança, a hostilidade de sociopatas como você, que usam carros como armas para ameaçar e matar.

Sentimos a falta de planejamento das cidades, pensada para os carros em detrimento das pessoas. Sentimos profundamente a morte de companheiros, que perdem a vida exercendo o direito de ir e vir sobre duas rodas. E sentimos também que morremos um pouco diante de todas essas tragédias.

Quantos mártires serão necessários para que as coisas mudem? Nos últimos onze anos, foram quase 2 mil ciclistas que morreram vítimas de acidentes de trânsito no Paraná. Cerca de 330 apenas em Curitiba. Até quando???

Por trás de cada uma dessas mortes, existem culpados. E nem sempre o autor do crime é apenas que estava apertando o acelerador.

Transcrevo aqui as palavras da colega Sabrina Duran, do blog coirmão Na Bike:

“Julie foi assassinada pela omissão de gente com nome e sobrenome que, podendo mudar as coisas no papel de forma que tenham um reflexo nas ruas, na sua e na minha vida, tiram o corpo fora na hora de regulamentar, fiscalizar e punir, e entregam a arma nas mãos de terceiros, nesse caso, os motoristas – todos eles.

[Julie também foi vítima] do pensamento que impera, em nível macro, em instituições como CET e SPTrans – esta última, responsável pela regulamentação e fiscalização das empresas de ônibus e seus motoristas”.

Basta trocar as siglas para as congêneres locais e teremos os culpados pelas 2 mil mortes no nosso estado. Nunca é demais lembrar: também mata quem se omite.

Reprodução
Homero Garcia de Almeida
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